Nesta quarta-feira (21), profissionais de várias áreas da saúde realizaram protestos por todo o país contra a suspensão do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o piso salarial da enfermagem, na última quinta-feira (15), e em Manaus não foi diferente.

Os manifestante foram às ruas da capital amazonense na manhã de hoje ecoando palavras de ordem, principalmente contra o ministro do STF, Luis Roberto Barrroso. Além disso, os profissionais da enfermagem também mostravam placa com dizeres como: “Barroso, devolva nossa PL. Nós remerecemos”; “Se o piso não pagar, a enfermagem vai parar” e “Na pandemia eu não parei, mas pelo piso salarial agora eu vou parar.”

Durante o ato, os manifestantes fizeram parada em frente à vários hospitais – públicos e privados – chamando outros colegas que estavam trabalhando nesses locais para participar.

Segundo informações, parte dos servidores do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) paralisaram o serviço. Em nota, a direção do HUGV ressaltou que não houve prejuízo ao atendimento ou às cirurgias eletivas.

Essa paralisação, que foi organizada pelo Sindicato Estadual dos Trabalhadores de Empresas Públicas de Serviços Hospitalares (SINDSERH-AM), causou lentidão no trânsito em várias Avenidas da cidade, entre elas estão a Constantino Nery, Boulevard Álvaro Maia e Getúlio Vargas.

“Estou aqui apoiando essa manifestação porque a enfermagem é uma profissão, não somos escravos. A falta de representação no parlamento, a falta de voz está nos deixando nessa situação. O piso salarial é um direito nosso, mais de 30 anos um projeto de lei engavetado e sai agora, a indignação vem. Sociedade, você que tomou vacina, você que na pandemia esteve na enfermagem, apoie a enfermagem”, ressaltou a enfermeira Lucinara.

Veja os vídeos do protesto:

 

Entenda a situação:

No início deste mês, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a lei federal nº 14.434/22 que estabelece o piso, justificando que o impacto financeiro causado pela medida deve ser melhor analisado.

Na terça-feira (20), após se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o relator-geral do Orçamento 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), afirmou que o projeto visto como principal alternativa para liberar os recursos necessários para o pagamento do piso salarial deve ser votado antes do 1º turno das eleições, que acontece no dia 2 de outubro.

Somado a isso, ontem (20) o Senador Jean Paul Prates (PT-RN) apresentou um projeto que sugere usar recursos do pré-sal para garantir fonte para cobrir piso da enfermagem.