Neste fim de semana, mais de 1 milhões de eleitores do Chile rejeitaram, em plebiscito, a proposta de uma nova Constituição para o país. Com o resultado surpreendente da votação obrigatória, que aconteceu no domingo (4), a Constituição herdada da ditadura militar de Augusto Pinochet será mantida.

A decisão sobre a escolha uma nova Carta Magna, que contaria com mais direitos sociais, foi rejeitada com 61,9% dos votos. Todas as pesquisas haviam previsto a derrota da proposta, mas não esperavam um resultado tão avassalador. No total, 13 milhões de eleitores participaram da votação histórica.

Em 2019, após uma onda de protestos sociais no país ter ganhado repercussão internacional, a proposta de criação de uma nova constituição foi aprovada por aproximadamente 80% dos eleitores durante uma votação em 2020. A nova Carta Magna foi resultado de uma Assembleia Constituinte eleita em 2021 e formada por 78 homens e 77 mulheres.

O texto previa, entre outras coisas, mais direitos sociais, mais igualdade de gênero e proteção do meio ambiente. A rejeição da proposta se torna um duro golpe para o atual presidente do país, Gabriel Boric, 36, que tomou posse sob a esperança de mudança para alcançar uma ‘nova esquerda’ na América Latina.

“Convido de coração a todos os cidadãos, independentemente da opção que cada um tenha tomado no plebiscito de hoje, a abordarmos juntos e unidos a construção do futuro”, acrescentou o presidente durante um discurso à nação após o resultado da votação. Após o ocorrido, o ex-candidato de ultradireita à Presidência, José Antônio Kast, também se pronunciou nas redes sociais. “Presidente Boric, esta derrota também é sua derrota”, ressaltou.