De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em agosto, os preços globais dos alimentos caíram pelo quinto mês seguido. Isto de deve, entre outros fatores, à queda da demanda de alguns produtos e o aumento na oferta.

As colheitas de trigo no Hemisfério Norte têm ajudado a aliviar as restrições de oferta, aliadas ao retorno da exportação de grãos em portos da Ucrânia. A alta dos preços dos alimentos nos últimos anos, principalmente depois do início da Guerra na Ucrânia, causou aflição e insegurança em milhões de pessoas no mundo.

No caso do Brasil, o preço dos alimentos caiu 1,9% em agosto em relação ao mês anterior, o menor valor desde janeiro. A FAO também ressaltou que a baixa de custos de etanol no Brasil foi um dos motivos que influenciaram a redução global do preço do açúcar, o outro foi a queda das exportações da Índia. No último mês foi registrado o nível de vendas mais baixo desde julho do ano passado.

Em relação às carnes, houve uma diminuição de 1,5% do preço em comparação à julho. Em maio deste ano, o valor da carne tinha subido mais do que o dobro da inflação nos últimos 2 anos, de acordo com um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Esse cenário fez com que o alimento fosse cada vez mais raro no prato de milhões de brasileiros.

Em comparação com agosto de 2021, os preços dos óleos vegetais caíram 3,3%. Já os laticínios baixaram 2% em agosto, mas os valores continuam 23,5% mais altos do que há um ano. Entre os motivos estão a queda da produção na Europa e nos Estados Unidos.

O cenário é de otimismo, exceto para os cereais. A expectativa da FAO é que a colheita de grãos caia 38,9 milhões de toneladas neste ano, o que significa uma redução de 1,4% em relação ao ano passado. Também é esperado uma redução na produção de arroz, o que pode encarecer o preço do produto.

Foto: FAO/Olivier Thuillier