A guerra na Ucrânia, que já dura seis meses, continua trazendo preocupações a níveis mundiais. E uma delas, segundo o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, é o aumento do risco de um desastre nuclear devido aos novos bombardeios feitos próximos à região da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia.

Nos últimos três dias, a usina tem sido alvo de ataques disparos por forças russas. As autoridades ucranianas informaram a agência nuclear da ONU sobre o agravamento do risco de um acidente nuclear. Apesar desse cenário, eles afirmaram que até o momento, todos os sistemas de segurança do local estão funcionando e que ainda não houve aumento dos níveis de radiação.

Zaporizhzhia, que é considerada a maior usina nuclear da Europa, está sob o controle das forças russas desde o início de março, mas segue sendo operada por uma equipe ucraniana.

Em comunicado, Grossi ressaltou que o último bombardeio elevou o risco de um potencial acidente no local, e que a Ucrânia ainda não tem todas as informações sobre a extensão dos danos causados pelos recentes ataques à usina.

Os recentes bombardeios atingiram a área dos dois prédios especiais da usina, localizados a cerca de cem metros dos prédios do reator, bem como uma área de viaduto.

Radioatividade na faixa normal

O chefe da agência nuclear afirmou que os esforços continuam para que uma equipe da Aiea seja enviada à usina para ajudar a garantir a segurança nuclear no local. A missão seria capaz de avaliar os danos físicos nas instalações, determinaria se os sistemas de segurança e proteção principal e de retaguarda estão funcionais, avaliaria as condições de trabalho do pessoal e realizaria atividades de segurança urgentes.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou a importância de realizar os procedimentos citados anteriormente e disse estar seriamente preocupado com o cenário interno e externo da usina nuclear.

Em reunião do Conselho de Segurança, Guterres destacou que qualquer nova escalada da situação poderia levar à “autodestruição”. Para ele, quaisquer ações que possam colocar em risco a integridade física, segurança ou proteção da usina nuclear são simplesmente inaceitáveis.