Em plena luz do dia, um bombardeio russo atingiu uma estação ferroviária de Chaplyne, em Dnipropetrovsk, região central da Ucrânia, na quarta-feira (24). O ataque deixou ao menos 22 mortos e dezenas de feridos, de acordo com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. Quatro vagões foram incendiados.

A ação russa foi divulgada por Zelensky em uma sessão do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). “Chaplyne é a nossa dor hoje. Até agora, há 22 mortos, cinco deles queimados até a morte em seu carro. Um adolescente de 11 anos morreu, um míssil russo destruiu sua casa”, lamentou o presidente ucraniano. Após o seu discurso, mais três mortes foram confirmadas.

Além disso, o Zelensky também prometeu que a Rússia seria responsabilizada pelos seus atos. “Responsabilizaremos os ocupantes por tudo o que fizeram. Vamos, sem nenhuma dúvida, expulsar os invasores de nossa terra. Nenhum rastro desse mal permanecerá em nossa Ucrânia livre”, declarou.

O brutal ataque ocorreu no feriado do Dia da Independência da Ucrânia, na mesma data em que se completa seis meses desde o início da invasão russa no país. Após o ocorrido, Zelensky ressaltou que ataques como esse se tornaram rotina no país. É importante ressaltar que um dia antes do bombardeio, o líder ucraniano já havia alertado para o risco de “provocações repugnantes” por parte de Moscou.

Este não foi um ataque isolado, já que estações e infraestruturas ferroviárias se tornaram alvos de ataques durante a guerra. Em abril, ao menos 57 pessoas morreram em um bombardeio à estação de Kramatorsk, na região do Donbass.

Exigências da ONU

Enquanto as sirenes soavam em várias cidades ucranianas durante o ataque de ontem, líderes mundiais exigiam a suspensão dos ataques e reiteraram a exigência pela liberação do acesso de uma missão internacional à usina nuclear de Zaporíjia, com o objetivo de investigar possíveis danos causados pelos combates nas áreas próximas ao local.

“O dia de hoje simboliza uma marca triste e trágica. Milhares de civis foram mortos e feridos, incluindo centenas de crianças”, destacou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, durante reunião do Conselho de Segurança. Para ele, há poucas esperanças para o fim da guerra.

Fotos: Dmytro Kuleba e Dmytro Smolienko