Dados do último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado ontem (23), mostram que o Brasil conta com quase 4 mil casos de varíola dos macacos. No total, 3.984 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

Os estados que concentram os maiores números de pacientes são: São Paulo, com 2.567 casos, Rio de Janeiro, com 472 e Minas Gerais, com 216 registros e um óbito pela doença. A única vítima fatal do país até o momento trata-se de um homem, de 41 anos, que enfrentava um câncer e tinha várias comorbidades. Ele estava internado em uma unidade de saúde em Belo Horizonte.

Atualmente, o governo aguarda permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar 50 mil doses de vacinas e em torno de 500 unidades de antivirais, comprados pelo fundo rotatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). O pedido do Ministério da Saúde para a aquisição as doses de vacina foi feito na terça-feira (23).

Na última sexta-feira (19), a Anvisa aprovou a dispensa de registro para importação de medicamentos e vacinas destinados à prevenção ou ao tratamento da varíola dos macacos. A solicitação também foi feita pelo Ministério da Saúde.

Além disso, o órgão também fez um pedido para a aquisição do antiviral tecovirimat, da empresa SIGA Technologies para tratamento dos pacientes com risco para desenvolvimento das formas graves da varíola dos macacos. O prazo de avaliação da Anvisa é de sete dias úteis.

Quem será vacinado?

Na segunda-feira (22), durante lançamento da Campanha Nacional de Prevenção à Varíola dos Macacos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, explicou que as 50 mil doses da vacina serão destinadas a 25 mil pessoas, já que a aplicação é em dose dupla.

Os imunizantes serão aplicados somente em profissionais de saúde que têm contato direto com o vírus. A previsão era de que os imunizantes seriam entregues até o fim de agosto, em duas remessas, mas a entrega das doses acabou atrasando. Com isso, Queiroga ressaltou que o novo prazo é para o início de setembro.

“A Socorro [Gross, representante da Organização Pan-Americana de Saúde] me informou que seria no começo de setembro. Seriam duas remessas, são três agora. Há uma carência desse insumo a nível mundial”, explicou Queiroga.