O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira (20) que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os reajustes da Petrobras no preço dos combustíveis e sobretaxar lucros da companhia “nem vai andar”. Mourão afirmou que não há tempo para a articulação de deputados e senadores porque o país está entrando em “fase eleitoral”.

“CPI eu acho que não vai nem andar isso aí, não tem nem tempo. Estamos entrando quase em fase eleitoral, vamos falar assim, mais um mês e meio inicia a campanha eleitoral, acho difícil que uma CPI vá andar nesse momento.”

Enquanto os parlamentares articulam a abertura da Comissão, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), subiu o tom e centrou fogo na diretoria da estatal . Chamou o atual presidente da empresa, José Mauro Coelho, de “ilegítimo”, e ameaçou levantar informações sobre ganhos e despesas dos diretores. Mourão disse nesta segunda-feira (20) que isso era uma questão de “opinião”.

“Isso aí tem que ser votado no Conselho de Administração, não é desse jeito. Isso tudo são opiniões”, afirmou.

José Mauro Coelho pediu demissão do cargo no início da manhã desta segunda-feira (20) , e também renunciou à presidência do Conselho de Administração da estatal. Caio Paes de Andrade , nome de confiança do ministro da Economia Paulo Guedes e defendido por Jair Bolsonaro, deve assumir interinamente o comando da Petrobras, segundo fontes.

O Conselho da Petrobras vai se reunir nesta segunda-feira (20) para destituir formalmente Coelho do colegiado e debater a indicação de Paes de Andrade para o órgão. Em seguida, este deve ser eleito interinamente presidente da companhia.

A decisão de José Mauro ocorre após forte pressão sobre ele e a diretoria da empresa, que anunciou um reajuste no preço dos combustíveis na semana passada.

A pressão contra a empresa por conta do reajuste no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras na sexta-feira, ignorando apelos do presidente Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), será ampliada e intensificada hoje numa ofensiva capitaneada pelo Centrão, o grupo de partidos que sustenta o governo na Câmara.