O procurador-geral da República, Augusto Aras, comentou nesta quinta-feira (5) sobre o relato de que uma menina de 12 anos foi estuprada e morta por garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, em Aracaçá, em Roraima. Em nota, o PGR afirmou que o MPF tem como prioridade esclarecer o caso e fornecer respostas ao povo Yanomami.

Segundo relatos da comunidade Yanomami, a menina foi abusada por garimpeiros. A denúncia do caso foi realizada por Júnior Hekurari Yanomami, líder indígena e presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana.

Segundo Júnior Hekurari em uma rede social, “os garimpeiros a violentaram, estupraram, e isso ocasionou o óbito. O corpo da adolescente está na comunidade”. O caso teria acontecido no final de abril.

“Esclarecer o que realmente aconteceu nesse caso é uma prioridade para o MPF. Todas as providências estão sendo adotadas para que, não apenas os indígenas, mas toda a sociedade receba essas respostas”, diz Augusto Aras.

Junior Hekurari Yanomami ainda afirmou que a comunidade Yanomami em Aracaçá foi encontrada queimada e que não havia ninguém no local.

A PGR trabalha em conjunto com a coordenadora da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (6CCR/MPF), Eliana Torelly. Além disso, A Polícia Federal (PF), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) estão investigando o caso.

“Informações referentes aos desdobramentos do caso têm sido repassadas diariamente à 6CCR, que, juntamente com o procurador-geral, atua para, por exemplo, garantir as medidas e os recursos necessários para viabilizar o trabalho de apuração”, declarou o PGR.

Segundo Aras, é importante “serem respeitados os procedimentos e etapas da investigação oficial, única via capaz de assegurar a elucidação do caso” e ainda apontou aspectos como a localização remota para explicar a complexidade da investigação.