Apontado por crimes no estado do Amazonas, o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira segue impune. Em março de 2020, ele foi preso. Segundo a polícia, ele era o principal suspeito de um homicídio e em uma tentativa de homicídio de dois homens em Iranduba (a 39 Km de Manaus).

Na época, policiais civis da 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) cumpriram mandado de prisão em nome de Givancir, pelo envolvimento no homicídio de Bruno de Freitas Guimarães, que tinha 24 anos, e da tentativa de homicídio de uma travesti, conhecida por Thelssy, que tinha supostamente um caso amoroso.

Conforme o testemunho Thelssy, o primo Bruno a levou até a casa de Givancir para receber o pagamento da rescisão trabalhista. Ao chegarem na casa, o patrão e ex-funcionária discutiram e a travesti foi embora na moto de Bruno.

Mas, segundo depois, conforme a polícia, Givancir e três pessoas não identificadas, começaram uma perseguição em um carro. Thelssy afirmou que o presidente dos rodoviários sacou uma arma e mesmo após súplica, atirou contra os primos.

Bruno acabou morrendo no local e a ex-funcionária de Givancir foi encaminhada ferida a um hospital de Manaus para atendimento médico. Ela só conseguiu sair viva porque se fingiu de morta no momento do ação criminosa.

Impunidade

No dia 08 de junho de 2020, a justiça do Amazonas determinou a soltura do sindicalista. Na decisão do juiz de Direito Carlos Henrique Jardim da Silva, da 2ª Vara da Comarca de Iranduba, do Tribunal de Justiça do Estado (Tjam), a partir da edição da Lei nº 13.964/19, a prisão preventiva precisa ser fundamentada, considerando-se existir concreto risco, mas não há nos autos nenhum fato novo relevante.

“Senão aqueles que outrora determinaram a decretação da medida e que, inevitavelmente, se exauriram com o tempo, da a conclusão da investigação policial – que indique concretamente que nesse momento, como diz a lei, o réu vá atrapalhar o regular andamento da instrução criminal para impedir o descobrimento da verdade, que vá descumprir alguma medida restritiva que lhe venha a ser imposta ou que vá fugir”, diz trecho da decisão.

A mãe da vítima (Bruno) chegou a denunciar na época que, mal saiu da prisão, Givancir e seus capangas já estão fazendo ameaças a famílias e outras pessoas que o acusam de assassinato no município de Iranduba.

Ela ainda chegou a fazer um desabafo durante uma entrevista para um veículo de comunicação local. “O Dinheiro fala mais alto nesse país”, disse Adriana de Freitas.

Outro envolvimento 

No ano passado, em 2021, Givancir Oliveira foi denunciado pelo promotor de Justiça de Iranduba Leonardo Abinader Nobre de estupro contra uma menina de 12 anos de idade.

O inquérito policial que serviu de base para que o promotor levasse o caso à Justiça relata que o sindicalista teria abusado sexualmente de outras duas menores. Sendo uma de 14 e outra de 15 anos de idade.

Além de Givancir, o MP-AM denunciou uma mulher identificada como Thaisa Freitas de Souza, de 18 anos de idade. Ela seria usada por Givancir para aliciar as menores em troca de dinheiro.

Givancir negou que tenha praticado os crimes. E afirmou que as acusações são levianas e tentam “denegrir” sua imagem para implicá-lo ainda mais pela morte de Bruno.