Ao menos 419 pessoas estão desalojadas em razão do forte temporal que atingiu Petrópolis no último domingo (20). No início da madrugada desta segunda (21), a Defesa Civil confirmou cinco mortes em desabamentos no Alto da Serra, na região central e no bairro Valparaíso. Há ao menos duas pessoas desaparecidas.

As fortes chuvas acontecem pouco mais de um mês após a tragédia que causou 233 mortes no município. “Ainda temos previsão de chuva, pedimos que a população fique atenta aos nossos informes”, pontuou o secretário de Defesa Civil, o tenente-coronel Gil Kempers.

Os desalojados foram instalados em pontos de apoio nas localidades de Morin, Quitandinha, Amazonas, Vila Felipe, Sargento Boening, São Sebastião, Dr. Thouzet, Alto da Serra, Floresta, Independências e Siméria.

À época, a cidade recebeu 260 milímetros de chuva, o maior volume desde o início das medições, em 1932. Bairros foram destruídos e famílias inteiras morreram.

Durante as chuvas neste domingo, cruzes em homenagem às vítimas do temporal foram arrastadas pelas chuvas. Os objetos haviam sido fincados na Praça da Águia no último dia 15, quando a tragédia completou um mês.

Em razão das chuvas, a Secretaria de Educação de Petrópolis decidiu suspender as aulas nas escolas e centros de Educação Infantil do 1° Distrito de Petrópolis. A determinação vale tanto para a rede pública quanto para a rede privada. A vacinação contra a Covid também foi paralisada por causa do temporal.

A tempestade também chegou a interromper as buscas voluntárias pelos desaparecidos no desastre. O marceneiro Leandro da Rocha, 48, que tem liderado essas ações, diz que foi surpreendido quando voltava com três companheiros do rio Quitandinha, que transbordou novamente, deixando o centro da cidade alagado.

“Desceu água tudo de novo, a cidade está submersa. Eu estou ilhado aqui, consegui parar o carro num ponto mais alto. Muita chuva, muita água descendo de novo, coisas sendo carregadas. Estou aguardando isso tudo parar de novo, não sei o que vai ser. É difícil, tudo de novo, só Deus para nos ajudar mesmo”, afirmou.

Em nota, a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros disseram que estão mobilizados para prevenir e minimizar danos causados pelas chuvas.

“Em Petrópolis, cerca de 150 militares atuam na resposta às ocorrências provocadas pelas chuvas, com apoio das unidades especializadas, incluindo as equipes do Grupamento de Busca e Salvamento, Socorro Florestal e Meio Ambiente, com suporte dos cães farejadores da corporação.”