O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta quarta-feira (9), que o Estado vai adotar a quarta dose da vacina contra a Covid-19, “independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”. A declaração foi dada por Doria em uma entrevista à Rádio Eldorado.

“Avançando na segunda dose, nós poderemos avançar na dose de reforço, a quarta dose, seguindo uma ordem de faixa etária”, disse o governador. “Sim, vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, completou.

A aplicação da quarta dose já está permitida nacionalmente desde o dia 21 de dezembro do ano passado, mas somente para pessoas imunossuprimidas, como transplantados e pacientes oncológicos, que correm mais risco de ver a doença evoluir para quadros graves. Nesses casos, a quarta dose pode ser aplicada quatro meses após a terceira.

Ministério da Saúde

Nesta semana, o Ministério da Saúde informou que está analisando a possibilidade de recomendar uma quarta dose da vacina contra a covid-19 para a população em geral no Brasil, mas que no momento ainda não há dados suficientes para emitir essa autorização.

“A área técnica tem discutido isso. A secretária Rosana [Leite de Melo, secretária extraordinária de enfrentamento à Covid do Ministério da Saúde] conversou comigo na sexta-feira passada e disse que o grupo técnico ainda não avalia aplicar essa quarta dose neste momento, mas, na prática, seria a dose de 2022. O que nós temos são doses para garantir que as necessárias, recomendadas pelos técnicos, sejam disponibilizadas para a população brasileira”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Uma nota técnica da pasta sobre o tema foi divulgada na última sexta-feira (4). O documento afirma que o plano de vacinação contra a covid-19 é dinâmico e pode ser alterado de acordo com conclusões científicas, mas que antes de considerar a inclusão da quarta dose “se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação [vacinados x não vacinados]”.