Em manifesto divulgado na sexta-feira (24) a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) defendeu a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Segundo os profissionais, as mortes da população pediátrica por Covid-19 não estão “em patamares aceitáveis”.

No texto, a SBP pede pela “urgente implementação de estratégias” para reduzir risco de complicações, hospitalizações e mortes do público infantojuvenil pela doença.

O manifesto foi divulgado após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmar, que as mortes pela doença nessa faixa etária estão em nível que não demanda decisões emergenciais. Depois, declarou que o governo federal vacinaria o público, mas deve requisitar prescrição médica e a assinatura de um termo de consentimento pelos pais.

A imunização infantil com a vacina da Pfizer foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há mais de uma semana. A SPB foi uma das consultoras externas da Anvisa para a decisão.

” Ao contrário do que afirmou recentemente o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o número de hospitalizações e de mortes motivadas pela Covid-19 na população pediátrica, de forma geral, incluindo o grupo de crianças de 5-11 anos, não está em patamares aceitáveis”, diz o manifesto da SBP.

” Infelizmente, as taxas de mortalidade e de letalidade em crianças no Brasil estão entre as mais altas do mundo”, diz outro trecho do texto.

A instituição destacou que, desde o início da pandemia, 2.500 pessoas de zero a 19 anos morreram por conta da doença, mais de 300 delas confirmadas no grupo de 5 a 11 anos.

Os pediatras da instituição destacaram que a vacinação se apresenta como alternativa para “controle e prevenção destes desfechos da doença e que está ao alcance dos responsáveis pelas políticas públicas de saúde do nosso país”. O imunizante, continua o manifesto, apresentou “elevada eficácia” nos estudos clínicos e nos testes no mundo real.

” O Brasil se encontra diante de hospitalizações, sequelas e mortes que são passíveis de prevenção em sua grande maioria”, destacou. “Ignorar este fato, minimizar sua importância e afirmar que elas são aceitáveis não são atitudes esperadas das autoridades. A sociedade espera e merece outro tipo de postura e de compromisso com a saúde das crianças e adolescentes do Brasil”,  finalizou.