RIO- Nesta sexta-feira, uma jovem, de 21 anos, presenciou a morte de uma mulher, na sem saber que se tratava da própria mãe. Ela havia ido buscá-la em um prédio comercial, e ao ver, uma mulher caída na recepção, resolveu filmar o ocorrido.

Brenda Rodrigues, de 21 anos, tinha ido buscar a mãe, Maria Rodrigues, 39 anos, em uma clínica de estética, onde ela realizaria a segunda sessão, de três, de uma hidrolipo.

Enquanto esperava no térreo do prédio a autorização do estabelecimento para subir à sala onde sua mãe estava, a recepcionista que a atendia percebeu que uma mulher de roupão,  caída na entrada no Centro Comercial. Brenda não conseguiu reconhecer que na verdade era a sua mãe.

“A menina da recepção falou que alguém tinha caído passando mal. Eu assisti tudo. Mas pelo fato de estar longe não vi quem era. Eu vi uma pessoa caída no chão, com o roupão ainda. Fizeram massagem, respiração boca a boca e foi chegando mais gente. Uma menina pediu para eu gravar pra mostrar a demora ao atendimento. Mas não imaginava ser minha mãe”,  relembra.

Após reconhecer o corpo da mãe, uma recepcionista da clínica desceu e pediu para ela a acompanhar e levou-a para os fundos do prédio, onde o médico iria falar com ela.

” Foi ali que desabei. Um homem passou por mim e eu perguntei se ele era o médico. Mas ele respondeu que não, que na verdade era um funcionário do prédio. Mas era o médico. Depois quando eu o confrontei ele não falou mais nada. Meu mundo acabou ali. Eu com 21, anos, filha única. É chorar, pedir força a Deus e pedir por Justiça”, diz.

Brenda ainda conta que o médico e o anestesista estavam carregando uma espécie de mala.

” Já tinha um taxi ali parado para ele ir embora”, desabafa a filha.

A vítima era empregada doméstica e faria uma sessão hidrolipo em uma clínica que funciona em um prédio anexo ao centro comercial. Segundo informações da Polícia Civil, a intervenção não chegou a ser iniciada e ela morreu “minutos após a anestesia”.

O motorista Wagner Vinicius Morais de Carvalho, de 33, companheiro da vítima contou que essa seria a segunda de três etapas previstas para o procedimento estético. Segundo ele, a vítima pagou mais de R$ 4 mil reais ao todo. Ela se queixava de dores desde a primeira intervenção, feita no último dia 10, quando fez hidrolipo nas costas. A intervenção desta sexta-feira seria na barriga.

” Na semana passada eu falei para ela deixar isso para lá, porque ficou toda roxa. Acordou nervosa, se batendo, não conseguiam segurar ela. Passou a semana toda sem condições de se levantar e não foi trabalhar. O recepcionista falou que em três dias ela voltaria ao normal e não iria reclamar de nada. Mas ficou a semana toda reclamando de dores. Hoje (nesta sexta-feira) eu disse que ela não tinha condições de fazer”, contou ele.

Wagner contou que, após ver a paciente passar mal o médico responsável pelo procedimento tentou fugir.

” Ele juntou todo o material e se preparou para sair. Disse para as pessoas que ia descer para buscar socorro, mas chamou um táxi para ir embora. Foi um segurança do shopping que segurou ele e chamou a polícia”, afirmou.

Testemunhas contaram que a vítima chegou a ser colocada dentro do táxi para ser levada a um hospital, mas entrou em convulsão e morreu na calçada da entrada do shopping.

O médico Brad Alberto Castrillion Sanmiguel, responsável pelo procedimento, foi citado no registro de ocorrência na condição de testemunha. De acordo com o delegado Ricardo Barbosa, titular da distrital, o médico apresentou todos os documentos legais de funcionamento da clínica.