O Tribunal de Justiça de Porto Alegre decidiu após 10 dias de julgamento, nesta sexta-feira (10/12), na condenação de todos os quatro réus no caso da boate Kiss que provocou a morte das 242 vítimas do incêndio, em janeiro de 2013.

As maiores penas foram para os dois sócios da boate: Elissandro Spohr foi condenado a 22 anos e 6 meses de reclusão, enquanto Mauro Hoffmann foi condenado a 19 anos e 6 meses.

O vocalista da Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o assistente de palco da banda, Luciano Bonilha Leão foram condenados a 18 anos de reclusão cada.

Depois de cerca de 1 hora e 30 minutos de reunião com o juiz Orlando Faccini Neto na sala secreta, o Conselho de Sentença voltou com o destino dos réus.

O julgamento da Boate Kiss se tornou o mais longa da história do Judiciário Gaúcho, com 10 dias de duração. O processo foi julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, depois de ser desaforado de Santa Maria por pedido de defesas que questionaram se a cidade onde ocorreu a tragédia teria júri imparcial, já que boa parte da população foi afetada.

No total, foram ouvidas 19 testemunhas: 10 sobreviventes da tragédia, cinco testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público e as testemunhas de defesa, sendo cinco para cada réu.

O uso do artefato pirotécnico em espaço fechado, a lotação da casa e a colocação da espuma que liberou gases tóxicos são os pontos principais que, segundo a Promotoria, configurariam o crime de tentativa de homicídio com dolo eventual.

Sem prisões até o momento 

Após a leitura da sentença, o juiz decretou a prisão dos quatro réus. Mas o Tribunal de Justiça decretou habeas corpus a um dos réus e o juiz estendeu aos demais, com a decisão, nenhum dos condenados será preso hoje.