O prefeito Eduardo Paes decidiu cancelar neste sábado, 4, a programação oficial de Réveillon no Rio. A desistência vem em meio ao temor com a nova variante Ômicron em todo o país.
Em uma publicação nas redes sociais, o prefeito do Rio afirmou que segue a ciência e, apesar da incerteza entre cancelar ou não, decidiu ouvir o lado mais “restritivo”.
“Respeitamos a ciência. Como são opiniões divergentes entre comitês científicos, vamos sempre ficar com a mais restritiva. O Comitê da prefeitura diz que pode. O do Estado diz que não. Então não pode. Vamos cancelar dessa forma a celebração oficial do réveillon do Rio”, afirmou Paes.
Com as divergências entre comitês, Paes disse que prefere acatar o do comando do Estado do Rio, mas acrescentou que “não era isso o que vinha me dizendo o governador”.
O prefeito afirmou que a decisão foi tomada com tristeza, mas que não há como organizar a celebração de Ano Novo sem a garantia de todas as autoridades sanitárias. “Infelizmente não temos como organizar uma festa dessa dimensão, em que temos muitos gastos e logística envolvidos, sem o mínimo de tempo para preparação”, disse ele.
Paes complementou e disse que espera comemorar com todos os cariocas e turistas no Réveillon do próximo ano na praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio. “Espero poder estar em Copacabana abraçando a todos na passagem de 22 para 23. Vai fazer falta mas o importante é que sigamos vacinando e salvando vidas”, finalizou.
Nesta sexta-feira, Paes disse que iria tomar a decisão sobre a realização ou cancelamento do Réveillon em Copacabana entre dez e quinze dias. No entanto, a desistência ocorre um dia após o seu pronunciamento em um evento em Bangu, na Zona Oeste do Rio.
O prefeito afirmou que se houvesse qualquer risco, iria cancela a festa. “Se (cancelar) for medida de zelo, a gente faz sem problemas. Você cancela o que planeja, mas não realiza o que não planeja”, disse.
Impasse entre comitês
Ao longo desta semana, as autoridades do Estado e Governo do Rio viveram um impasse sobre a recomendação do cancelamento de uma das maiores festas de Réveillon no mundo.
Equipe da Secretaria Estadual de Saúde afirmava ser contrária à realização diante da chegada da Ômicron no Brasil. A opinião do grupo chegou a ser manifestada durante uma reunião entre membros da secretaria e do comitê assessor da Vigilância em Saúde.
“Esse comitê entende que hoje, diante das incertezas da variante Ômicron, neste momento não seria recomendada a realização de uma festa de Réveillon com grande aglomeração de pessoas na orla. Como essa decisão não é definitiva, ela foi baseada em incertezas, certamente ao longo das próximas semanas a gente vai ter um entendimento melhor”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe.
No entanto, o Comitê científico da prefeitura do Rio afirmava que o evento poderia ser realizado na cidade. Isso porque o monitoramento avaliado pela equipe dizia que a cidade estava apta a receber o evento de fim de ano.
“Nós vamos monitorando pro réveillon, na hora que a secretaria tiver a certeza, vamos ver se teremos ou não. Vamos ter muito cuidado e muito critério, por enquanto não muda nada. É muito mais fácil você cancelar uma festa programada do que fazer uma festa não programada”, disse Paes, em evento da Prefeitura do Rio na quinta-feira, 2.
Do O Dia