BRASIL – O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,1% no 3º trimestre de 2021, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, confirmando a entrada do país em uma nova recessão técnica, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quinta-feira (2). Em relação ao mesmo período no ano de 2020, o PIB cresceu 4%.

O resultado do 2º trimestre foi revisado para uma queda de -0,4%, resultado pior do que a leitura inicial de queda de -0,1%. A recessão técnica é caracterizada por dois trimestre seguidos de retração.

Os dados oficiais reforçam a leitura de forte desaceleração da recuperação após o PIB ter conseguido retomar no início do ano o patamar pré-pandemia.

“O PIB está no patamar do fim de 2019 e início de 2020, período pré-pandemia, e ainda está 3,4% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica na série histórica, alcançado no primeiro trimestre de 2014”, destacou o IBGE.

Apesar da alta de 1,1% nos serviços, que respondem por mais de 70% do PIB nacional, a queda no 3º trimestre foi pressionada para baixo por conta da queda de 8% na agropecuária e também pela queda de 9,8% nas exportações de bens e serviços. Já a indústria ficou estagnada.

Segundo o IBGE, o forte recuo na agropecuária foi consequência do encerramento da safra de soja, que também acabou impactando as exportações.

Pela ótica da despesa, os investimentos tiveram queda de 0,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Já o consumo das famílias teve expansão de 0,9% e a despesa de consumo do governo cresceu 0,8%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e é o principal indicador usado para medir a evolução da economia.

A economia brasileira vem perdendo o ímpeto mesmo com a reabertura do setor de serviços e fim de boa parte das medidas restritivas lançadas no país para frear o avanço da Covid-19 desde o começo do ano passado.

Desde setembro, as projeções para a economia têm sido revisadas continuamente para baixo, em meio à disparada da inflação e aumento das incertezas fiscais após as manobras do governo para driblar o teto de gastos e abrir espaço no Orçamento no ano eleitoral de 2022.