Foragido desde o início de setembro, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, se apresentou à Polícia Federal em Joinville, no Norte catarinense, nesta terça-feira (26).

A informação foi confirmada ao UOL pelos advogados do caminhoneiro. “Apresentação espontânea de Zé Trovão. Na qualidade de advogados do Sr. Marcos Antonio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, informamos que na data de hoje promovemos sua apresentação espontânea ao Excelentíssimo Senhor Doutor Delegado Chefe da Polícia Federal em Joinville – Santa Catarina, cidade de seu domicílio”.

Ele está sendo investigado por incitação a atos violentos e ameaçadores contra a democracia e foi alvo de um mandado de prisão, no dia 20 de agosto, expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo informações, o investigado tinha canais nas redes sociais, que foram desativados, onde atuava como um suposto líder dos caminhoneiros e defensor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Na internet e nas redes sociais, Zé do Trovão’ chamou as pessoas para os atos favoráveis ao presidente da República, no dia Sete de Setembro, deu declarações contrárias ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Dias antes das manifestações bolsonaristas, em 3 de setembro, mesmo sabendo que havia um mandado de prisão contra ele, Zé Trovão participou de uma live em um canal do YouTube convocando pessoas para os protestos.

Segundo os advogados do caminhoneiro, Elias Mattar Assad e Thaise Mattar Assad, ele “está ao dispor da Justiça para provar sua inocência. Na sequência, a defesa formulará pleitos de liberdade”.

Investigação

Em 20 de agosto, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão expedido pelo STF. Na época, o cumprimento ocorreu na casa dele, em Joinville, ele prestou depoimento na delegacia da Polícia Federal da cidade.

Segundo o despacho de Moraes, a Procuradoria Geral da República (PGR) sustentou que postagens e vídeos publicados demonstram que “Zé Trovão” teria convocado a população, desde julho, por meio das redes sociais, a praticar atos criminosos e violentos.

Ainda conforme o documento, as justificativas das medidas cautelares levaram em consideração “a atuação dos investigados na divulgação de mensagens, agressões e ameaças contra a democracia, o estado de direito e suas instituições”.

Na época, Zé do Trovão publicou um vídeo nas redes sociais mostrando o mandado de busca, a intimação para prestar esclarecimentos na PF e comentou sobre o cumprimento do mandado.

“Ninguém aqui está cometendo crime, então não é justo que eu tenha que estar passando por tudo isso. Eu tenho quatro crianças, um recém-nascido. Às 6h da manhã acordamos com eles [Polícia Federal] dentro da minha residência. Não foi chamando no portão, mas sim do lado de dentro”, disse o mesmo em vídeo.