Três anos após viralizar nas redes sociais ao posar para fotos e vídeos em comemoração pela destruição de um cartaz, que simulava uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, o deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ) se envolveu em mais uma polêmica com o nome da ativista, que foi brutalmente assassinada em 14 de março de 2018.

Agora, ele propôs uma nova homenagem a Marielle ao encaminhar uma proposta, ao governo do Estado do Rio de Janeiro, para que uma casa de acolhimento à mulher em situação de vulnerabilidade seja construída no bairro de Vila Mimosa (RJ) e que o local leve o nome da vereadora. As informações são do Extra.

No pedido, Rodrigo justifica a escolha do nome. “Sabe-se que uma das pautas da vereadora e seus séquitos é aplicação dos Direitos Humanos nas mais situações inusitadas, sempre em defesa daqueles que, inclusive, vivem à margem da lei. Nesse sentido, visando a homenagear a citada vereadora, implantar uma casa de acolhimento num dos redutos de prostituição da cidade do Rio de Janeiro, é tentar preservar as mulheres que ali estão expostas, proporcionando mais dignidade”, escreveu no documento.

A proposta foi recebida pelos familiares da ex-vereadora com repúdio e indignação. A víuva da ativista e vereadora Monica Benício (PSOL-RJ) afirmou que o pedido é “hipócrita” por ser o oposto do ato feito em 2018, quando estava em campanha. No entanto, Monica ressalta que a crítica não é à criação da casa de acolhimento. “A despeito da evidente desfaçatez desse parlamentar, posso garantir que para Marielle, para mim e para todas as pessoas que lutam por um mundo melhor, as casas de acolhimento são fundamentais para a garantia de direitos”, disse Monica.

Já Anielle Franco, irmã de Marielle, diz-se surpresa pelo pedido e afirma que “torce” para que o deputado, “que tripudiou em cima de sua morte diversas vezes”, passe a “respeitar minha irmã e a memória dela a partir de agora, já que ele tem achado conveniente usar o nome dela em diferentes espaços”.

Foto: Reprodução