Na reta final dos trabalhos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID, instalada pelo Senado Federal, pode ter sua investigação prorrogada até 5 de novembro, com a apresentação do relatório final , prevista para terça-feira, adiada. O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que não está descartada a possibilidade de prorrogação dos trabalhos para além de 19 de outubro.

Apesar de essa ser a data marcada para a apresentação do relatório final, os senadores ainda vão se reunir para decidir os rumos dos próximos dias. “Nenhuma hipótese está descartada. Nós temos um prazo legal para entrega do relatório que vai até 5 de novembro. Nós precisamos, antes da entrega do relatório, pelo menos dar uma semana ao relator para os ajustes finais”, explicou, em entrevista à rede de televisão CNN Brasil.

Randolfe também detalhou os últimos depoimentos. Entre os previstos está a oitiva do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga , e do médico pneumologista Carlos Carvalho, que pediu o adiamento da votação do relatório da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) que “desaconselha” o uso de medicamentos ineficazes contra a COVID-19. Conforme o senador, há, ainda, a intenção de ouvir representantes das vítimas da doença. Para isso, a ideia é convidar associações de diferentes regiões do país, que possam falar sobre os impactos da pandemia. “Em princípio nós acreditamos que é possível ser feito isso entre a segunda-feira da próxima semana e quinta-feira. Amanhã, nós teremos uma reunião do campo majoritário da CPI para pacificarmos essa programação”, disse.

A previsão era que a CPI avançasse para sua última semana com o “ultimato” ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na segunda-feira e a leitura do relatório na terça-feira. A expectativa é de que as palavras do ministro da Saúde não mudem de forma gritante o relatório de Calheiros, que depois de votado, se aprovado, será encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF). As informações são do Correio Braziliense.

Além do simbolismo de um dos últimos depoimentos ser do atual ministro da Saúde, os senadores buscam saber de Queiroga o motivo de uma possível demora para um plano de vacinação em 2022 e se o governo federal ainda insiste em trabalhar com medicamentos comprovadamente ineficazes contra o coronavírus, como a cloroquina. Queiroga afirmou ontem que está “à disposição” para tratar dos assuntos.

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