Após uma escola particular na Zona Oeste do Rio de Janeiro enviar um comunicado aos pais e responsáveis das crianças com avisos sobre a série Round 6, da Netflix, o alerta ganhou repercussão. Diante da situação, pediatras e profissionais da área de saúde passaram a dar apoio à iniciativa da escola.

No documento enviado aos responsáveis, a Escola Aladdin demonstra preocupação com o impacto da produção nos alunos do ensino fundamental – que, nos últimos dias, estariam “obcecados” com a série. A carta aponta que a série, de nove episódios, contém “violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, cenas de sexo, pederastia e palavras de baixo calão”.

Segundo o jornal O Globo, que conversou com os diretores da unidade de ensino, alunos entre 7 e 8 anos estariam comentando sobre a série, que tem classificação etária de 16 anos, nos horários vagos. As crianças também estariam reproduzindo brincadeiras que, na série, fazem alusão ao assassinato de personagens.

Ao veículo, Fabiana Barreto, coordenadora pedagógica da Escola Aladdin, disse que ficou surpresa com a repercussão.

– Estranhamos muito isso, porque a série traz um teor inapropriado para a idade dos alunos. Sentimos necessidade de emitir esse alerta aos responsáveis […] Muitos pais nos agradeceram, e o que está nos surpreendendo é que isso repercute além da comunidade escolar. Alcançou uma proporção maior e abriu um debate – ressaltou Fabiana.

Já a presidente da Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, Katia Telles Nogueira, alertou que os pais precisam conversar com os filhos.

– Proibir pura e simplesmente um adolescente de ver Round 6 é algo mais complexo. Os pais devem estar juntos dos filhos, gerenciando os horários a que eles têm acesso ao computador e ao streaming e propondo que a família assista à série junto […] As crianças gostam dessa onda de K-pop. Elas ouvem as músicas e, muitas vezes, são atraídas para esse tipo de ação coreana. O que mais aconselho é a conversa entre pais e filhos. E, se é para brincar, que seja fora da tela. Temos que tirar as crianças da tela. Este é nosso lema: menos tela, mais ação – destacou.