O sargento da PM Ambrósio Farias da Silva, 50 anos, é acusado de agredir e ameaçar de morte o sobrinho, após o mesmo se negar a sair da própria casa. O sargento alega ser o proprietário do lugar e teria obrigado o estudante de Direito, Gabriel Farias da Silva, 25 anos, e a mãe dele, a deixarem o local para as filhas do sargento morarem. A residência fica na rua Zambia, n.18, bairro Nova Cidade, Zona Norte. O caso segue na justiça.

Gabriel procurou este portal para relatar o caso de abuso de poder e agressão física cometida pelo tio, o sargento da polícia militar, do 24º batalhão, Ambrósio Farias da Silva. Segundo Gabriel, a briga começou quando o tio decidiu que queria “dar” a casa onde Gabriel mora com a mãe, para as filhas dele morarem.

O sobrinho, que mora no terreno há aproximadamente 14 anos, não concordou, pois teria de deixar a própria casa, que segundo ele, teria construído com muito esforço, junto com a mãe. Além disso, ambos não teriam para onde ir.

O sargento, que mora em uma casa vizinha a do sobrinho, teria doado o terreno onde Gabriel mora, em 2007, para a irmã, Maria Assunção farias da Silva, 53 anos, mãe de Gabriel. Ela que é cozinheira, teria construído a casa em dois anos e, em 2009, teria se mudado com o filho para o local. Segundo Gabriel, por eles serem da mesma família, nunca fizeram questão de registrar legalmente a cessão do terreno.

Ainda de acordo com Gabriel, de uma hora para outra, o tio interessado em colocar as filhas no terreno, começou a cobrar a casa, alegando que a propriedade era dele. Com a intenção de evitar brigas, a irmã do sargento, ofertou um valor em dinheiro pelo terreno, mas Ambrósio não aceitou.

Diante das negativas, o sargento iniciou uma série de ofensas e xingamentos contra o sobrinho, inclusive, chegou a ir armado na casa de Gabriel, junto com as filhas, ameaçá-lo de morte. A cena foi gravada por um vizinho, com uma câmera de celular.

VEJA:

 

Moradores da vizinhança afirmam que Ambrósio é acostumado a apontar armas para as pessoas e já protagonizou várias brigas com os vizinhos. O caso foi parar nas redes sociais.

Diante das ameaças e temendo pela vida, o estudante foi até a Corregedoria e registrou uma denúncia contra o sargento, mas sem justificativas, o processo foi arquivado.

Em outro momento, o sargento invadiu a casa da avó do estudante de Direito, e ameaçou com uma arma, o próprio irmão. A briga também seria por causa da casa da mãe. O sargento teria obrigado o irmão a deixar a propriedade.

Na imagem, o sargento aparece com a arma nas mão.

 

Segundo Gabriel, as ameaças não pararam por aí, o sargento enviou um áudio para uma tia de Gabriel, desferindo várias ofensas contra o sobrinho, inclusive de teor homofóbico.

Gabriel em posse desse áudio, relatou que foi uma segunda vez na corregedoria denunciar o tio, mas o processo também não foi para a frente. Se sentindo vulnerável às ameaças, o estudante também registrou um Boletim de Ocorrência na 15º  D.P.

 

Ainda de acordo com relatos da vítima, o sargento Ambrósio, não satisfeito com as negativas da irmã e do sobrinho, pediu à filha, que forjasse uma agressão por parte de Gabriel.

Daiane Guerreiro da Silva, casada, residente do bairro Osvaldo Frota, se dirigiu até a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) e registrou um B.O alegando que Gabriel a teria agredido dentro de sua casa. Disse também que eles moravam juntos e ela queria uma medida protetiva contra ele.

No entanto, segundo Gabriel, nada disso é verdade. A delegada responsável Débora Mafra, teria colhido a suposta denuncia de agressão sem provas, e enviado ao Ministério Público o pedido da medida protetiva. Gabriel então, recebeu o oficial de justiça e foi obrigado a deixar a casa.

Para a vítima, essa atitude da delegada foi arbitrária e incoerente, pois essa prima nem sequer mora com ele, e tampouco, foi agredida. Daiane é casada, mora em outro bairro com o marido e teria mentido a respeito da agressão.

Além disso, o horário que Daiane alega ter sido vítima de Gabriel, não condiz com a verdade dos fatos. Pois, ele estaria no trabalho, conforme é possível comprar com o registro no ponto.

O caso ficou pior quando Gabriel, teria recebido um áudio em tom de ameaça, da outra filha do sargento, Daiane Guerreiro da Silva, afirmando que o pai já está decidido a tirar a vida dele (Gabriel).

Ouça o áudio da ameaça

O ocorrido foi há dois meses e, Gabriel, assim como a mãe, impedidos de permanecer na própria casa, estão morando de favor, na casa de amigos e parentes.

A redação entrou em contato com a Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) mas não obteve respostas sobre o caso.