BRASIL – Na última segunda-feira (4), o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), usou um termo racista durante entrevista para a emissora Globo News. No momento em que cumprimentou a apresentadora Aline Midlej e a comentarista Flávia Oliveira, ambas mulheres negras, ele disse que sentia “inveja branca” delas, por estarem no Rio de Janeiro. Ele se corrigiu logo em seguida e pediu desculpas.

“Inveja branca de vocês que estão aí no Rio… Aliás, essa frase já é politicamente incorreta, antigamente se dizia isso”, declarou. As jornalistas riram desconfortavelmente durante a fala do ministro.

Depois de Barroso se corrigir, Midlej respondeu afirmando que estava tudo certo. “Ministro, eu ia falar isso. Olhei para a Flávia meio assim, de canto de olho. Um ministro tão elegante, tão carinhoso. A gente está em constante aprendizado, está tudo certo”, afirmou.

O ministro pediu desculpas. “Perdão, perdão, imediatamente. A gente, na vida, deve saber pedir desculpas. Então, vou começar de novo. Boa noite, Aline, boa noite, Flávia, que bom que vocês estão aí no Rio. Estamos ralando aqui em Brasília”.

A expressão “inveja branca” é considerada racista porque associa a noção de algo positivo com o branco. Dessa forma, a inveja, que é algo ruim, perde o caráter negativo por ser “branca”. Outra questão é que o termo também reforça a associação racista do preto com atitudes negativas, em um país historicamente formado pela opressão a comunidades negras.