MANAUS – Na última sexta-feira (10), dois homens foram vítimas de homofobia e foram baleados enquanto estavam na praça do Eldorado. O casal foi encaminhado para o Hospital e Pronto-Socorro 28 de agosto, e um deles está em estado grave.

Uma das vítimas da homofobia é colaborador do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB). A instituição confirmou a informação do crime de ódio e afirmou que os dois foram agredidos verbalmente por um homem armado e, quando saíram do local, foram seguidos e baleados. Em nota, a IPCCB, que trabalha na busca da melhoria da saúde e qualidade de vida da população LGBTIQA+, lamentou o ocorrido e repudiou o crime.

Confira a nota na íntegra: 

“O Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB) vem a público repudiar os crimes de lgbtfobia verbal e física sofridos por um membro de nossa equipe e seu companheiro, na noite de ontem (10/09), em Manaus. 

Nosso colaborador, técnico de laboratório e educador comunitário de pares, e seu companheiro foram agredidos verbalmente por um homem armado e, quando deixaram o local, foram seguidos e covardemente baleados. Um deles está hospitalizado devido à gravidade dos ferimentos.

 Esse crime não foi uma exceção. A violência contra a comunidade LGBTQIA+ nasce do conservadorismo cego e irracional e da intolerância de um Brasil que, segundo as estatísticas, registra a maior quantidade de crimes lgbtfóbicos no mundo. É urgente que políticas de segurança pública sejam voltadas à essa população.

Esperamos que os órgãos competentes investiguem e punam exemplarmente o responsável por mais este ato criminoso e cruel. Lgbtfobia é crime!

O IPCCB funciona como um consórcio firmado pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado ( FMT-HVD) com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz Amazônia), e trabalha ativamente na busca da melhoria da saúde e qualidade de vida da população LGBTIQA+ através de estudos voltados para esse público; e conta com valioso quadro de colaboradores desta comunidade que, assim como uma das vítimas, leva transformadora educação em saúde para seus pares.

Nossa total solidariedade e apoio às vítimas e suas famílias.”

Desde 13 de junho de 2019, a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é considerada um crime, de acordo o que determinou o Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, mesmo assim, há pessoas que não respeitam a determinação e continuam praticando crimes de ódio.

O crime será investigado pela  Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), que trata de crimes de ódio contra o público LGBTQIA+ em Manaus.