BRASIL – Com a alta do dólar no exterior, é possível que preço do litro da gasolina continue subindo, tendo em vista que a Petrobras adota a política internacional de preços. Segundo o diretor da Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres, Rodrigo Zingales, ele avalia que a estatal poderia agir diferente em momentos de crise. “A Petrobras tem os seus custos, então ela pode fazer o seu preço baseado no seus custos e baseado em uma lucratividade média competitiva do mercado. Qual é a lucratividade de uma petrolífera em um mercado competitivo? Ela poderia adotar essa medida, principalmente nesse momento.”

O presidente Jair Bolsonaro chegou a zerar a alíquota do Pis e da Cofins e cobra os governadores pela alta do ICMS. Rodrigo Zingales analisa que o imposto estadual incide no valor cobrado nos postos.

“Um combustível com o preço final de R$ 4 representa R$ 0,80. Uma alíquota de 20% a uma combustível a R$ 7, representa R$ 1,40. Em termos relativos, falando em alíquota não houve mudança, mas em termos absolutos houve mudança considerável”, pontua. A concentração de mercado nas distribuidoras Shell, Ipiranga e Petrobras é outro aspecto que explica os altos valores, analisa a AbriLivre.

“A Petrobras seria responsável por cerca de R$ 2 da gasolina, a ANP divulga que o preço médio dos combustíveis dos postos, a margem bruta é inferior a R$ 0,40. Se o combustível está R$ 7, a Petrobras é responsável por R$ 2 e o posto por R$ 0,40. Onde está essa diferença? Quem está ganhando com essa diferença? São as distribuidoras, os impostos? Quem está ganhando com isso”, pontua.

O impacto dos combustíveis vai além dos valores pagos nos postos. O aumento também é refletido no preço de produtos e serviços, que são afetados pela incidência do diesel e gasolina.