Uma mulher evangélica de 42 anos, abandona emprego “formal” e passa a vender artigos de sex shop. Apesar de sofrer preconceito e críticas dos fiéis, ela garante que está satisfeita com o novo negócio em Campo Grande (MS).

Gislaine Brito iniciou o negócio em 2020, após abandonar o trabalho em uma loja de artigos de luxo.

” Pedi demissão do meu antigo trabalho e com minha filha Bruna, de 25 anos, que é enfermeira, decidimos abrir um sex shop. Para mim, foi uma redescoberta e agora amo o que faço.”

Gislaine conta que no começo, enfrentou um pouco de dificuldade, por causa do comércio que fechou devido ao decreto da quarentena na pandemia. O segundo maior desafio foi pelo fato de ser evangélica e sofrer com preconceito dentro da Igreja.

Outro problema que Gislaine enfrentou foi não entender nada de sex shop. “No dia da inauguração, a primeira cliente entrou na loja e me perguntou se eu tinha algum plug anal, mas não sabia nem o que era. Precisei começar as estudar os produtos. A internet ajudou muito, tanto na pesquisa quanto na divulgação da loja e venda dos produtos.”, conta a empresária.

Com um publico eclético, Gislaine não se incomoda com as críticas.

“Meu público é geral, desde casados, namorados e também evangélicos. Abrange tudo. No início, sofri muito preconceito, principalmente dos irmãos da igreja. Só que o meu trabalho é digno, é o que paga as minhas contas.”

Gosto muito de ajudar e tenho muito temor a Deus. Isso é o que importa.

“Um dia, uma cristã entrou na loja e pediu um vibrador. Quando saiu, disse que eu estava quebrando um tabu. Atendo esse público de evangélicos, porém vejo que ainda são mais recatados. Pensam que tudo é pecado.”

Gislaine não acredita que vender produtos eróticos seja pecado.

“Penso que devemos ter temor a Deus e não às pessoas. Não adianta estar de roupa de crente e a língua ser maior que a boca.”

“Entendi que é um mercado que não se pode ter vergonha.”