quinta-feira, 18 de abril de 2024
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lésbica é chamada de ‘moço’ e tem provador aberto por funcionária de loja

Nesse sábado (21) uma engenheira civil de 28 anos passou constrangimento em loja, ao ser confundida com um homem e ter o provador aberto por uma funcionária. O caso aconteceu no shopping Del Rey, na Pampulha, dentro de uma loja da Renner em Belo Horizonte.

Amanda Vieira, que é lésbica e tem o cabelo curto, conta que foi chamada de “moço” pela trabalhadora antes que ela percebesse que se tratava de uma mulher, e denuncia a invasão de privacidade no estabelecimento.

A jovem pegou uma calça para experimentar, passou pela funcionária que conta as peças de roupa a serem experimentadas e entrou no provador feminino. Pouco tempo depois, a colaboradora entrou no local gritando: “moço, moço, onde você entrou?”.

“Eu não respondi, porque não achei que fosse comigo, não sou moço. Ela colocou o braço dentro do provador e abriu a cortina, enquanto eu estava sem roupa, e me disse; ‘o seu [provador] é do outro lado’. Perguntei por quê, e ela olhou para o meu rosto, meu corpo, viu que eu não era homem e pediu desculpas. Ela disse que um segurança me viu pela câmera e avisou que tinha um ‘homem’ entrando no provador feminino”, relata a engenheira civil.

Assim que aconteceu o caso, Amanda saiu da cabine e procurou o gerente da loja para pedir um posicionamento, depois de ter a privacidade invadida. Um vídeo gravado por ela e que circula nas redes sociais mostra a conversa entre a cliente e o gerente, que pediu desculpas pelo ocorrido e disse que entraria em contato com a funcionária responsável.

“Isso é uma coisa que nunca aconteceu aqui na loja. A gente passa um treinamento para o pessoal falando sobre todos esses problemas, todas essas situações que acontecem. Vou conversar com os colaboradores, entender o que aconteceu. A gente já falou várias vezes sobre diversidade aqui na loja, é uma coisa que a Renner valoriza muito. O que posso fazer é conversar com o pessoal e advertir sobre essa situação”, diz o gerente no vídeo.

Amanda nunca tinha passado por situação parecida. “Depois que cortei o cabelo, às vezes me confundem com um homem, normalmente pedem desculpas e isso não me deixa mal. Mas o que aconteceu hoje foi absurdo, porque além da confusão, em algum momento passou pela cabeça dela que ela podia invadir meu espaço, me expor sem roupa na frente de outras pessoas”, protesta.

Nota da Renner

A Lojas Renner não tolera qualquer tipo de preconceito e discriminação. A empresa sente pelo ocorrido, já entrou em contato com a cliente e está apurando o caso internamente para tomar as medidas cabíveis“.