Ameaças, exigências descabidas, gritos e constrangimentos são algumas situações que os servidores da UBS Dom Milton Corrêa Pereira, localizada na Rua Tiradente, n.28, no bairro Santo Agostinho enfrentam diariamente por parte da direção geral da Unidade Básica de Saúde Glória Pereira de Freitas, de 49 anos.

Glória é acusada pelos funcionários de assédio moral, abuso psicológico e vários outros tipos de humilhação, desde sobrecarga de trabalho a agentes de serviços gerais a afastamento, sem motivo justo, de uma funcionária grávida. Além de perseguir os funcionários que não a agradam, fazendo reuniões vexatórias, expondo funcionários a vários ataques e humilhações quase que diariamente.

Em denúncia anônima, servidores relatam que Glória se orgulha em atuar como Enfermeira e chefe do lugar, tratando a todos com “mãos de ferro”, porém, foi contratada pela Semsa como Técnica de enfermagem, o que caracteriza irregularidade. Além do que, o cargo que ocupa é meramente político, efetivado na gestão do ex-prefeito Arthur Neto.

Um caso que revoltou os profissionais da unidade foi quando uma funcionária dos serviços gerais, grávida, que fazia o pré-natal na unidade de saúde, foi injustamente afastada. Segundo testemunhas, a diretora induziu a médica plantonista a dar 15 dias de licença à servidora, para que ela desse a entrada no INSS, alegando que a jovem não estava mais trabalhando direito. A mesma jovem, grávida, passou por necessidades financeiras pela demora do pagamento do órgão, e os funcionários, consternados, resolveram ajudá-la, doando cestas básicas.

Outra profissional que prefere não se identificar, relata que trabalhou por 10 meses na UBS e sofreu constantes humilhações da diretora Glória. “ Fui humilhada pela Glória Freitas, eu não conseguia tirar meu intervalo eu tinha que me esconder, porque ela não deixava gozar meu horário de descanso. Sempre procurando algo para a gente fazer, arrumar as salas, ou aquele depósito lá em cima, que para ela, nunca estava arrumado”, denunciou a servente.

A agente de serviços gerais continuou: “Ela não queria que a gente do serviço gerais tivesse amizade com outros servidores, nós tínhamos que dar conta de chaves, ar condicionado ligado, computador ligado, e também de qualquer porta aberta”.

Outra profissional que trabalha coordenando equipes relatou que, ao assumir o trabalho há três anos foi “avisada” de como a diretora gostava do trabalhar. “Quando eu entrei na UBS, ela me chamou numa sala e disse que queria pessoas aliadas a ela . Que se alguém viesse a falar algo dela para não levar em consideração pois as pessoas ali não gostavam muito dela pelo fato dela querer as coisas certas (palavras dela), eu achei antiético a postura dela em falar mal dos outros funcionários inclusive citando nomes.

De acordo com a profissional que atua na enfermagem, a gestora não respeita horários. Ela manda mensagens de watts app fora do expediente, nos fins de semanas e durante à noite, e, não aceita que não respondam imediatamente.

São inúmeras as denúncias acerca da conduta imprópria e abusiva da diretora. Uma enfermeira relatou que, a Glória pediu a ela para assumir várias funções de uma só vez, e teve a imposição negada. “ Eu disse que era impossível assumir aquelas funções (sala de vacina, duas áreas descobertas da unidade) uma área já é difícil imagina duas. Sala de vacina é uma função que exige muita cautela por conta da refrigeração, do armazenamento das vacinas, das validades estatísticas. Enfim, eu não teria como assumir as três funções”. Desde então, a funcionária passou a ser perseguida.

Ainda segundo relatos, a enfermeira não se intimidou e passou a agir impondo respeito, o que gerou revolta na diretora. Glória, supostamente passou a tratar a enfermeira com insignificância, o que causou na profissional crises de ansiedade, depressão e pânico. ”A foto do grupo tem todas as enfermeiras que somavam 4 comigo. A minha foto não fazia parte do perfil como se eu não fosse integrada a unidade

Além de todos esses relatos, a diretora ainda é apontada como homofóbica, pois, supostamente desligou um funcionário porque ele “era afeminado demais”, segundo palavras da diretora.

Um médico que atuou como clínico geral na unidade, não só apoiou os colegas profissionais, como também denunciou Glória. Ele pediu demissão após três anos na unidade de saúde, por não aguentar o tratamento da diretora. Segundo o médico, Glória não tinha educação, humilhava as pessoas e ainda o perseguia.

Veja os prints de um médico que denunciou a diretora:

Ao todo, a Unidade Básica de Saúde possui uma equipe de trinta profissionais, a maioria insatisfeitos com a conduta da diretora Glória, que, segundo eles, desestimula e os agride moralmente todos os dias.

Os funcionários, entre eles, um médico, uma enfermeira e um agente de serviços gerais já encaminharam a denuncia ao Ministério Público do Estado e aguardam que as providências sejam tomadas.