De acordo com dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), 75,3% das cidades brasileiras registram casos de pessoas que se recusam a receber a vacina contra a Covid-19, isso independente da marca e do fabricante.

O levantamento foi publicado neste fim de semana e contou com a participação de 5,5 mil prefeitos de todas as regiões do Brasil, entre as últimas segunda, dia 12, e quinta-feira, dia 15.

Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Alberto Chebabo, acredita que a recusa na vacinação está ligada ao compartilhamento de informações falsas ou errôneas.

“Já está comprovado que todos os imunizantes são eficazes e, portanto, não existe justificava técnica para não vacinar. Portanto, isso nos leva a crer que a única coisa que justifica isso é a desinformação”, destacou.

Essa rejeição em receber o imunizante acende um alerta. De acordo com Diego Xavier, pesquisador da Fiocruz, a negação à vacina contra a Covid-19 pode criar “vários surtos localizados”.

O levantamento também detectou pessoas tentando escolher vacinas. Segundo a pesquisa, 2.109 (74,6%) cidades constataram essa tipo de postura. Outras 687 (24,3%) não informaram tais práticas por parte dos cidadãos. Na semana passada, de 5 a 8 de julho, em 68,5% (1.860) dos municípios entrevistados, a escolha pelo tipo da vacina era uma prática comum.

Também foram reportados, nesta semana, casos de pessoas que se recusam a tomar determinados imunizantes. As vacinas mais recusadas foram a CoronaVac, em 1.067 (50,6%), a Oxford/AstraZeneca, em 829 (39,3%) e, em menor proporção, a da Janssen, em 66 (3,1%).