Durante depoimento do deputado estadual Fausto Junior (MDB-AM) na CPI da Covid, nesta terça-feira, dia 29, o senador Otto Alencar (PSD-BA) questionou o depoente com fatos que o deixaram visivelmente abalado. o senador baiano sugeriu que o deputado tivesse uma família poderosa no Amazonas, pelo fato da mãe dele, Yara Lins dos Santos, ser Conselheira do Tribunal de Contas do Estado, sendo possivelmente indicada pelo governador do estado Wilson Lima.
Diante do questionamento, o senador sugeriu que este talvez seja um dos motivos que levaram Fausto Junior a não investigar a atuação da administração estadual na saúde.
“O senhor conhece a conselheira Yara Lins? Minha mãe, ela que julgou as contas do governo Omar Aziz” respondeu Fausto Jr, visivelmente desconfortável.
Nesse momento uma discussão tomou a sala da CPI, os parlamentares disseram não entender aonde o senador Otto Alencar queria chegar e qual seria a relação das perguntas. Ele então, pediu que pudesse continuar com a condução das perguntas. O senador Otto Alencar perguntou se Fausto Jr buscou subsídios e informações no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, para fazer suas análises.
“Eles auxiliaram na análise dos contratos. Auxiliaram na auditoria dos contratos”, disse Fausto.
“Então o senhor confirma que pegou informações neste órgão?”, indicando uma suposta ajuda do TCE-AM, onde a mãe do deputado é conselheira.
Na mesma linha de investigação, o senador Otto Alencar perguntou a Fausto se ele tinha relação com os donos das empresa TecWay, Tcd Ttransporte, Matrix, PHA Rodrigues, DR7 e IBC. Fausto negou. Em seguida, o senador e relator da comissão, Omar Aziz, iniciou a investigação ao deputado.
Omar perguntou onde Fausto residia, diante da negativa, o senador apontou o lugar para onde Fausto havia se mudado e indicou que o atual endereço era numa mansão. Ao ser indagado sobre o porquê desses questionamentos, Aziz esbravejou.
“Eu vou mostrar para o Amazonas porque o senhor não indiciou o governador do Amazonas, é isso que eu quero fazer aqui. Aí vocês vão ver o que é escândalo, essa CPI aqui vai quebrar o sigilo dessas empesas, o sigilo desse operador, o ‘modus openrandi’ de uma membra do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas e a evolução fantástica de imóveis, para um condomínio residencial de altíssimo custo, para quem morava em lugar simples a pouquíssimo tempo atrás”, afirmou o senador.
Aziz apontou que as residências que a família de Fausto possui, custam em torno de R$ 2 milhões e questionou o deputado se ele conhecia essas residências, o que ele negou. Omar continuou, agora, se referindo aos membros da comissão.
“Essas empresas que eu vou citar a vocês receberam em apenas dois anos mais de R$ 500 milhões, a empesa Tecway, Tcd Ttransporte, Matrix, PH Rodrigues, DR7 e lBC, GA, AG, Brb, CC Batista, empresa PodiuM, empresa Live saúde, empresa Nova Renascer, que trabalham na área de saúde, construção e também manutenção e aluguel de carros. Vossa excelência conhece alguma dessas empresas que eu citei?”, disse o senador, o que foi negado por Fausto.
Diante das negativas do deputado Fausto, Omar declarou que iria pedir à Assembleia que encaminhasse para a CPI as filmagens da entrada das pessoas no TCE-AM e também a entrada da pessoa que vai à procura da presidente do Fundo Saúde do AM, pedir o pagamento para as empresas.
“Cabe a mim, cabe a PGR para que uma Conselheira do TCE-AM seja investigada pela PGR, porque ela foi, depois de ser presidente do TCE, também a relatora da saúde. E não achou nada. Eu estou afirmando que nós iremos à PGR pedir o relatório das viagens da conselheira para que, a gente possa mostrar ao Amazonas o porquê de estar desse jeito”, disse o senador.
A relação que a Conselheira do TCE-AM Yara Lins, tem com os empresários citados, foi o que culminou nos questionamentos e acusações do senador Otto Alencar e Omar Aziz, respectivamente. O que, para eles, justificaria o estilo de vida da conselheira acima dos seus ganhos. Segundo fontes seguras de dentro do TCE-AM, o atual piso salarial da Conselheira que gira em torno de R$ 30 mil, não condiz com o patrimônio que Yara Lins mantém.
Atualmente, a conselheira mora em um apartamento de luxo em São Paulo, possui uma mansão no bairro Parque 10, e outras duas no Efigênio Sales, cujo apartamentos são avaliados em R$ 2 milhões. Além disso, a conselheira está construindo outra mansão em um bairro nobre na capital amazonense. O dinheiro para tamanho investimento é supostamente das empresas citadas pelo senador Otto Alencar, que Yara Lins recebe como propina para em troca do favorecimento no TCE-AM.
Outro suspeita que paira sobre a família do deputado e presidente da ALE-AM é que a Conselheira também tem envolvimento com os prefeitos dos municípios, que para “esconder” as irregularidades, e ter suas contas aprovadas, pedem favores à Yara Lins em troca de benefícios financeiros. Para o presidente da CPI, Fausto Junior agiu de má-fé.







