A Construtora MRV, a TIM e a HapVida cancelaram seus contratos de patrocínio e anúncios com as emissoras RedeTV e TV A Crítica. Isso porque as marcas querem suas imagens distante do apresentador Sikêra Jr (que comanda o Alerta Amazônia/Alerta Nacional), que na sexta-feira passada se envolveu em mais uma polêmica ao chamar os homossexuais de “raça desgraçada”.
“A MRV acredita na diversidade e não compactua com qualquer forma de preconceito. O programa Alerta Amazônia/Nacional já não faz mais parte dos nossos planos de mídia”, disse a empresa em nota ao comunica o fim de seu contrato com RedeTV e a TV A Crítica.
“Reforçamos que a Tim não está ligada a movimentos, nem compactua com disseminação de notícias falsas e discursos de ódio”, disse a Tim. “Não apoiamos forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça, gênero ou orientação sexual. No momento, suspendemos o patrocínio do Alerta Amazonas. Estamos sempre trabalhando por uma sociedade mais saudável”, informou HapVida.
Outra marca que também se posicionou foi o Magazine Luiza, que nunca anunciou em programas comandados por Sikêra Jr., mas que ao ver a polêmica, resolveu bloquear no YouTube a veiculação automática de anúncios que a rede social colocava nos vídeos do programa Alerta Nacional, publicados no canal da TV A Crítica.
A POLÊMICA
A confusão começou quando o apresentador usou do seu espaço na TV para criticar a nova campanha do Burger King, em que crianças de diferentes idades são entrevistadas e explicam que é normal ver homens e mulheres do mesmo sexo juntos. Algumas delas têm pais que são gays.
“A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar. Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança”, atacou o apresentador.
A fala pode ter agradado alguns, mas desagradou marcas, que viram o posicionamento como discurso de ódio contra a comunidade LGBTQI+. Com isso, preferiram afastar a imagem de seus produtos e marcas do polêmico apresentador.
A Aliança Nacional LGBTQI+ afirmou que vai entrar em contato com todos os patrocinadores do programa Alerta Nacional, da RedeTV!, no intuito de assegurar que o telejornal não vire palco para “difamação e pânico moral”.
