Senadores que compõem a CPI da Covid avaliam que, após comprovar a existência de um gabinete paralelo de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro, o objetivo deve ser comprovar um eventual financiamento do grupo por empresários.

A avaliação foi passada ao blog nesta terça-feira (22) – mesmo dia em que o deputado Osmar Terra (MDB-RS), negacionista das medidas de isolamento social e suposto membro do gabinete paralelo, depõe à comissão.

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vice-presidente do colegiado, diz que a CPI já comprovou que o gabinete paralelo existia e defendia teses negacionistas, que contribuíram para agravar a crise sanitária no Brasil.

Segundo Randolfe, o objetivo é levantar informações que possam indicar a origem do financiamento desses médicos que aconselharam o governo Bolsonaro a pregar o tratamento com drogas comprovadamente ineficazes. A suspeita recai sobre empresas do setor de medicamentos.

Senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI, avalia que o depoimento do deputado Osmar Terra é importante para mapear quem integrava o gabinete paralelo e como o presidente Bolsonaro era aconselhado – Terra se reunia com frequência como presidente da República.

Segundo Aziz, há também a suspeita de que o gabinete paralelo não atuava apenas para defender uma tese negacionista, mas porque tinha estímulo financeiro para seguir pregando o uso de tratamentos ineficazes.