O presidente Jair Bolsonaro se envolveu em mais uma polêmica com a imprensa ao mandar, aos gritos, uma repórter calar a boca ao ser questionado porque não utilizava máscara durante uma cerimônia de formatura da Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) em Guaratinguetá (SP). O caso foi registrado na manhã desta segunda-feira, dia 21.

“Olha, eu chego como eu quiser, onde eu quiser, eu cuido da minha vida. Se você não quiser usar máscara, não use. Agora, tudo o que eu falei sobre Covid, infelizmente, para vocês, deu certo”, disse ao ser questionado pela repórter.

A repórter chegou a ser interrompida pelo presidente: “Cala a boca. Vocês são canalhas. Fazem um jornalismo canalha, vocês fazem. Canalha, que não ajuda em nada. Vocês não ajudam em nada. Vocês destroem a família brasileira. Destroem a religião brasileira. Vocês não prestam”, continuou.

Ainda durante as entrevistas, o chefe do Executivo voltou a defender o chamado “tratamento precoce”, que consiste na utilização de medicamentos sem eficácia comprovada no combate ao coronavírus. Bolsonaro chegou a pedir que a imprensa parasse de tocar nesse assunto e, ao aparecer de máscara para a conversa, ainda tirou a proteção.

“Você quer botar… Me bota agora… Vai botar agora… Estou sem máscara em Guaratinguetá. Está feliz agora? Você está feliz agora? Essa Globo é uma m*rda de imprensa. Vocês são uma porcaria de imprensa”, completou, exaltado.

Em nota, a TV Globo e a TV Vanguarda informaram que “repudiam o tratamento dado pelo presidente à repórter Laurene Santos, que cumpria apenas o seu dever profissional”. E destacaram: “Não será com gritos nem intolerância que o presidente impedirá ou inibirá o trabalho da imprensa no Brasil. Esta, ao contrário dele, seguirá cumprindo o seu papel com serenidade. À Laurene Santos, a irrestrita solidariedade da Globo e da TV Vanguarda”.