De acordo com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, o reajuste do valor da conta de luz no Brasil será ainda mais caro que o previsto. Atualmente, o custo da bandeira vermelha 2 – a que está em vigor no momento – é de R$ 6,243 pelo consumo de 100 kw/hora e deve subir para pelo menos R$ 7,571 POR 100 kWh – representando um aumento de pelo menos 20%.

“Certamente, a gente já pode adiantar aqui nessa comissão que não tem o valor final, mas digo às vossas excelências que será um valor bem maior do que os R$ 6,24. Tivemos uma audiência pública que durou 30 dias e apresentou o valor de R$ 7 e alguns centavos, mas com certeza esse valor [final] ainda deve superar um pouco os R$ 7 [e alguns centavos], [daí os] mais de 20% [de alta]”, afirmou.

A explicação para a alta do preço da bandeira 2 é o aumento do custo de geração de energia no país, por causa da crise hídrica. “Pelo fato de não termos água para utilizar nas nossas hidrelétricas, essa energia será gerada nas térmicas. Logo aquele custo ele vai ser apresentado [repassado] por meio do mecanismo das bandeiras”, acrescentou.

Por causa do maior acionamento das usinas termelétricas (que geram mais custos do que as hidrelétricas), Pepitone estima uma alta de pelo menos 5% nas contas de luz em 2022. O Brasil enfrenta a pior estiagem dos últimos 91 anos, segundo o governo.

“O número que o Ministério de Minas e Energia tem usado publicamente é que vamos ter um custo adicional de R$ 9 bilhões [de janeiro a novembro de 2021], até abril já se gastou R$ 4 bilhões adicionalmente. Isso vai ter impacto adicional na tarifa de 5% [em 2022]”, explicou Pepitone.