A empresa Carrefour concordou na sexta-feira, dia 11, em pagar R$ 115 milhões de indenização pela morte do cliente João Alberto, homem negro que foi espancando e morto por seguranças da empresa terceirizada Vector, no estacionamento da unidade de rede de supermercados na Zona Norte de Porto Alegre, Rio Grande do Sul – no dia 19 de novembro.

O acerto faz parte de um acordo entre organizações não governamentais e entidades públicas e o dinheiro será utilizado em iniciativas de combate ao racismo – sendo esta uma das condições impostas pelo termo de ajustamento de conduta (TAC) feito pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Púbico do Trabalho (MPT), Defensoria Pública do Rio Grande do Sul (DP-RS), Defensoria Pública da União (DPU), além das ONGs Educafro e Centro Santos Dias de Direitos Humanos.

“O termo assinado não reduz a perda irreparável de uma vida, mas é mais uma medida tomada com o objetivo de ajudar a evitar que novas tragédias se repitam. Com este novo passo, o Grupo Carrefour Brasil reforça sua postura antirracista, ampliando sua política de enfrentamento à discriminação e à violência, bem como da promoção dos direitos humanos em todas as suas lojas”, afirmou o presidente do Grupo Carrefour Brasil, Noël Prioux.

O pedido de indenização foi uma ação conjunta ingressada ainda em novembro do ano passado pela Defensoria Pública do Rio Grande do Sul – que inicialmente pediu R$ 200 milhões.

Presos pelo assassinato  

Até o momento, seis pessoas foram denunciadas pelo MP-RS, pela morte de João Alberto, e respondem por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, seguranças filmados espancando a vítima, estão presos desde o dia do crime. Outra que responde processo é Adriana Alves Dutra, que acompanhou a agressão, mas não impediu a ação e tentou proibir que a situação fosse filmada.  Paulo Francisco da Silva, Rafael Rezende e Kleiton Silva Santos, que são considerados são os outros três envolvidos na morte, mas respondem em liberdade.