A colaboração de mulheres brasileiras por meio de uma ONG feminista chamada Speak UP,  foi a responsável pela prisão do médico Vitor Sorrentino, acusado de assediar uma vendedora no Egito, no último fim de semana.

A rede feminista destacou em um texto publicado nas redes sociais, que mensagens enviadas por meninas e jovens do Brasil explicando o caso ajudaram a denunciar o profissional de saúde.

“Agradeço às meninas e jovens do Brasil que se opuseram ao vídeo desde o primeiro momento, e continuaram escrevendo sobre o incidente por 3 dias até que decidiram coletivamente nos enviar mensagens explicando o que aconteceu para que a mulher inocente tivesse seus direitos”, escreveu a ONG. “Obrigado a todos que fizeram essa tendência no Egito e no Brasil. Obrigado ao Ministério do Interior egípcio por sua pronta resposta. O que aconteceu é um esforço coletivo, não individual, em diferentes partes do mundo. Parabéns a todos nós”, concluiu.

O médico publicou um vídeo no Instagram constrangendo uma vendedora egípcia e logo depois foi detido. Na gravação, o médico a pergunta em português: “Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?”, enquanto ela mostrava um papiro em uma loja na cidade de Luxor. Depois, em tom de deboche, ainda afirma: “E cumprido também fica legal, né?”. Sem entender o idioma, a atendente responde “sim”, enquanto ele e os amigos riem.

Diante da repercussão negativa, o médico restringiu o acesso dos perfis nas redes sociais. Ele ainda excluiu o vídeo ofensivo e publicou outro no qual pede desculpas e diz que foi “uma brincadeira”. A conta de Sorrentino no Instagram tem quase 1 milhão de seguidores.

Após o caso ganhar visibilidade, a ONG Speak UP publicou detalhes do ocorrido. A hashtag #ResponsabilizemOAssediadorBrasileiro, em tradução livre, figurou entre as mais comentadas do Twitter.

O Ministério do Interior do Egito emitiu um comunicado sobre medidas judiciais que foram tomadas contra um estrangeiro. O comunicado não cita o nome do médico.

“O Ministério do Interior conseguiu prender um estrangeiro após assédio a uma mulher, depois que ele publicou um vídeo com imagens do incidente em uma rede social, onde os serviços de segurança conseguiram identificar a vítima e o autor, e tomar as medidas judiciais contra ele e apresentar ao Ministério Público competente”, afirmou o órgão.