Nesta semana, policiais da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (DEAPTI), com apoio da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SMESQV) cumpriram mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça na casa de repouso, na Freguesia, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Foram apreendidos no local mantimentos impróprios para consumo, receitas médicas com irregularidades, além de constatarem diversos problemas que iam de encontro às normas exigidas por lei para o funcionamento de uma casa de repouso para idosos.

De acordo com profissionais que trabalhavam no local, os idosos sofriam com fome e falta de higiene, sendo até mesmo amarrados nas camas para que não ficassem andando pelo local, que tinha poucos cuidadores. Mesmo com os maus tratos, o local cobrava caro pela mensalidade, que era de R$ 4 mil.

“Eles eram contidos na cama. Uma gostava de passear, de ficar olhando a piscina e eles continham (os internos) pelo braço na cabeceira porque não queriam ter trabalho de ir atrás. Essa idosa ia na cozinha pra pedir comida. Às vezes ele é usado para evitar que idosos caiam da cama, mas não deve ser uma regra. Nesta casa, o paciente era contido para não ir à cozinha ou não passear, mesmo durante o dia”, afirma umas funcionárias que denunciaram o local.

De acordo com três funcionárias que foram demitidas por não concordarem com o tratamento dado aos idosos, um outra irregularidade cometida era de colocar comprimidos de origem não relatada nas refeições para que os pacientes ficassem sedados.

“Não sabemos nem se era remédio para dormir. Mandavam macerar no suco, na comida. Eram medicamentos sem embalagem. Os idosos ficavam no sofá. Não tinha atividade nenhuma. A gente tentava fazer atividade, levava material de casa, e era interrompida pela direção. Muita gente lá sequer tinha curso de cuidador”, disse uma das testemunhas.

O Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio) passou a fazer uma fiscalização semanal na casa de repouso e foi exigida a presença de um médico para assistência dos idosos ainda institucionalizados. Além disso, foram feitos quatro termos para adequações estruturais e de processo de trabalho. A reabertura da casa está condicionada ao cumprimento de todos os termos.

A Vigilância Sanitária classificou o local como de risco sanitário elevado. A casa foi multada em R$ 3.937 e está vedada a receber novos pacientes até que as medidas necessárias para adequação às normas sanitárias sejam tomadas.

*Com informações do O Dia