Em depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, os senadores da CPI da Pandemia engrossaram o tom contra o general, após a avaliação de que o ex-auxiliar de Bolsonaro “ditou o ritmo” do depoimento da véspera e “foi arrogante” em algumas respostas. A sessão desta quinta foi aberta com forte discurso político do senador amazonense Eduardo Braga (MDB), que não poupou acusações diretas ao ex-ministro.
Na avaliação do Planalto, o desempenho de Pazuello na véspera foi “excelente”. Ele “depôs com autoridade de ministro e de general”. Para o advogado e auxiliar da equipe de defesa Zoser Hardman, o ex-gestor da Saúde adotou “a postura correta”, “dominou o depoimento, como tem de ser”. Para os senadores, Pazuello cumpriu a missão de blindar o presidente Bolsonaro, inclusive ao negar determinação presidencial para não comprar a Coronavac. Segundo o ex-ministro, embora Bolsonaro tenha declarado publicamente que cancelaria a compra da vacina de fabricação chinesa, jamais formalizou a ordem ao Ministério da Saúde.

Diante do ambiente conflagrado e sem que o presidente da sessão, Omar Aziz (PSD/AM) conseguisse manter a ordem das intervenções na CPI, os governistas vieram em socorro a Pazuello, trazendo à discussão o desempenho dos governadores, até o momento pouco abordado na comissão de inquérito. O senador Marcos Rogério (DEM/PR) exibiu vídeos de governadores, de março do ano passado, admitindo o uso da hidroxicloroquina – medicamento sem comprovação científica contra a Covid-19. A iniciativa causou reação de senadores, representantes destes estados.
O debate foi apenas assistido pelo depoente, que não se manifestou e nem inquérito. A discussão exacerbada acabou levando à suspensão dos trabalhos da CPI. A estratégia entre governistas é utilizar todos os recursos, inclusive travar o debate político, para poupar o general e evitar que oposicionistas controlem a sessão.

Fonte: R7