Para o presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), a partir dos depoimentos e informações colhidos nesta segunda-feira (17) pela comissão, é possível afirmar que que o presidente Jair Bolsonaro foi mal orientado e que houve uma falha do governo no combate à pandemia no país.

Aziz disse também em entrevista à imprensa, após ser indagado, que não vê motivo que  justifique a convocação do vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, à comissão, apesar dele ter participado de reunião entre o então secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, e representantes da Pfizer sobre os aspectos legais das vacinas contra a Covid.

“Sim. O presidente foi mal orientado”, disse o senador, questionado se a partir das informações e depoimentos já era possível afirmar que o governo se equivocou no enfrentamento à pandemia.

“O presidente… foi convencido por alguém”, avaliou.

De acordo com Omar, é necessário evitar a politização e desvirtuar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em curso no Senado, razão pela qual não identifica, no momento, motivo para a convocação do filho de Bolsonaro.

“Nós temos que ter muito cuidado, e esse é o cuidado que eu estou tendo, para a gente não politizar”, disse o senador à emissora de televisão.

“Eu até agora, sinceramente, não vejo razão para que o vereador Carlos Bolsonaro seja convocado.” Continuou ele.

O ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo em depoimento à CPI na última semana, disse à CPI que o vereador participou da reunião no Palácio do Planalto com representantes da farmacêutica e Wajngarten. Aziz considerou que esse relato “não compromete” Carlos Bolsonaro.

“Se tiver alguma coisa concreta, seja contra o Carlos, seja contra quem quer que seja, não tenha dúvida que nós iremos convocar. Mas para fazer politicagem, não vejo necessidade”, acrescentou o presidente da CPI.

Omar Aziz comentou ainda o habeas corpus concedido em parte a favor do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para depor à CPI na quarta-feira desta semana.

Ao lembrar que Pazuello foi o ministro que mais tempo chefiou a pasta durante a pandemia, Aziz afirmou que há vários assuntos a serem abordados, apesar de entender que o depoimento ficará “cerceado”.

“Ele vai ter que falar sobre orientações, ordens, comportamentos e qual era o programa, o projeto que o governo tinha em relação ao combate à Covid”, afirmou o senador.

Aziz também lembrou sobre o pedido de habeas corpus para garantir o direito à não autoincriminação à secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro.