A CPI da Covid ouviu nesta quinta-feira, dia 13, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo. Em seu depoimento, ele disse que o Governo Federal ignorou pelo menos cinco ofertas de doses da vacina feita pela farmacêutica só em 2020.

De acordo com Carlos Murillo, a oferta era de 70 milhões de imunizantes, mas as cláusulas do contrato Pfizer, eram contestadas por apoiadores do Governo e foram o principal motivo para o não fechamento de um acordo.

Segundo o gerente-geral da Pfizer a primeira oferta ao Governo foi enviada em agosto de 2020. A ideia era que o laboratório norte-americano disponibilizasse 30 milhões e posteriormente 70 milhões de unidades do imunizante – entrega parcela até o fim de 2021. O governo recusou.

Uma segunda tentativa acorreu em novembro de 2020, com mais duas propostas que ofertavam somente a opção de 70 milhões de doses, mas qualquer possibilidade de entrega ainda em 2020.

Em fevereiro deste ano a farmacêutica fez nova oferta ao governo: 100 milhões de doses, que foram recusadas mais uma vez.

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), que perguntou sobre as ações do Governo diante do impasse contratual, criticou o Executivo por não ter feito uma contraproposta à empresa ou pelo menos reclamado das cláusulas propostas.

“O governo não apresentou nenhuma alternativa. Não negociou as cláusulas. Ele foi pro jornal falar que as cláusulas eram ‘leoninas’ depois que foi pego sem comprar e sem conversar com a empresa. Que fique claro isso, porque isso é indício, no mínimo, de negligência – se não for de má-fé”, declarou o senador Jean Paul Prates.

Acordo entre a empresa e o Ministério da Saúde só aconteceu em março deste ano, quando a União adquiriu 100 milhões de doses, sendo que 14 milhões devem ser entregues até junho, e os 86 milhões restantes, no terceiro trimestre.

Para vários integrantes da CPI da Covid, o depoimento de Carlos Murillo é importante para confirmação da não-ação do Governo Federal durante a pandemia do novo Coronavírus.