Após um período de restrições mais severas, cidades e estados começam a flexibilizar a circulação de pessoas e o funcionamento das atividades econômicas. A implementação de medidas rígidas, para garantir o distanciamento social em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19, foi criticada pelos setores do comércio e de serviço.

Cinthia Ribeiro, prefeita de Palmas, capital do Tocantins, e representante da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), conta que moradores protestaram durante dias em frente à sua casa contra as normas de segurança.

“A porta da minha casa ficou ocupada durante muitos dias por manifestantes que gritavam querendo comparar a falência de CNPJs e CPFs. A gente chegou a um momento alarmante.”

Eleita em 2020, Cinthia é a única mulher à frente de uma prefeitura de capital. Ela diz que vem conversando com colegas da FNP sobre a realidade das demais regiões do país, mas percebe que as críticas podem ter relação com a disparidade de gênero.

“Infelizmente eu sou a única mulher, hoje, que comanda uma capital no Brasil. Eu vejo que, às vezes, são mais tolerantes com os homens.”

A prefeita analisa que a falta de uma coordenação do governo central faz com que estados e municípios se sintam desamparados na hora de definir os critérios de segurança.

“Os municípios e estados estão ainda em uma orfandade no que diz respeito à construção destas medidas sanitárias em conjunto com as medidas de isolamento e ainda dependentes de um plano de imunização que não é eficiente.”

Compra de vacinas

A gestora falou sobre as articulações que a Frente Nacional de Prefeitos vêm promovendo para a aquisição de suprimentos que ajudem os estados e municípios na luta contra a Covid-19.

“Toda proporção [da pandemia] crescente que estamos vendo e a falta de critérios na distribuição das doses, levaram a própria Frente Nacional de Prefeitos a constituir o Conectar, o maior consórcio público brasileiro para aquisição de insumos, medicamentos e das vacinas”.

De acordo com Cinthia, na última quinta-feira (29), a FNP fez uma reunião sobre o consórcio com o embaixador da China no Brasil.

Do CNN Brasil