O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 41, vai pedir licença do cargo para continuar o tratamento contra um câncer em casa. A orientação para a licença foi feita pelos médicos de Covas, que definirão nos próximos dias junto ao prefeito qual será o período de licença — o tucano costuma tirar dez dias de descanso quando o tratamento se torna mais agressivo.

Os secretários do governo municipal ainda não foram notificados sobre a decisão de afastamento do prefeito. O vice-prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), assume a gestão da cidade durante esse período. O pedido de afastamento já era esperado pelos médicos e foi sugerido, segundo apuração da reportagem, porque o tratamento do prefeito irá se intensificar nas próximas semanas, com sessões de quimioterapia e imunoterapia de duração de dois dias. As aplicações dos medicamentos são consideradas desgastantes e, no caso da quimioterapia, agressivas.

O prefeito ainda se recupera de uma piora no seu quadro de saúde. Ele recebeu alta na semana passada depois de ficar internado duas semanas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para tratar novos focos da doença no fígado e nos ossos. Além disso, Covas teve de drenar líquidos acumulados na região do seu abdômen e pulmão. Fora os três procedimentos, o prefeito ainda realiza, durante todas madrugadas, uma alimentação suplementar via cateter, para manter o corpo com nutrientes e dentro do peso ideal.

A ideia é que Covas conclua o tratamento em casa e apenas retorne ao hospital a cada 15 dias para continuar as sessões de quimioterapia e imunoterapia.

“Um susto” A piora do quadro de Covas foi um susto para todos ao redor do prefeito. Ele foi diagnosticado em outubro de 2019 com um câncer na cárdia, região que liga o esôfago ao estômago. Exames recentes indicaram que o tumor estava em metástase —foram encontrados novos pontos da doença no fígado e nos ossos.

Ano passado, o prefeito concluiu quatro meses de quimioterapia e teve queda de cabelo e barba, além de resultar na perda de alguns quilos. Mas havia sido o suficiente para frear a doença. Desde então, manteve apenas o tratamento de imunoterapia. Durante o tratamento, Covas apenas tirou alguns dias de licença quando os médicos o orientavam a fazer isso ou quando ele não se sentia bem para trabalhar — a decisão atual é semelhante.