O Tribunal de Contas do Estado (TCE) do  Mato Grosso investiga irregularidades na campanha de imunização contra o covid-19 no estado. Uma das suspeitas é o uso de 27 CPFs de pessoas que já faleceram para furar a fila de vacinação.

Dados cruzados entre o Sistema Nacional de Óbitos e a lista de vacinados apresentaram incoerências . Cerca de 100 nomes apareceram com algum tipo de irregularidade.

Um exemplo é o caso da Elvira Furlan, de 84 anos, que em 16 de outubro de 2020 sentiu-se indisposta e passou a apresentar sintomas do novo coronavírus. A filha levou a senhora ao hospital, mas ela não resistiu . Porém, cinco meses após ter sido sepultada, Elvira aparece na lista de vacinados pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) com a primeira dose recebida em 04 de março de 2021.

“Como que minha mãe ia tomar vacina se faleceu em outubro de 2020? 16 de outubro de 2020. Não existe, não tem como, não é justo. Não tinha vacina, não tinha chegado ainda”, contestou a filha.

O Tribunal de Contas busca saber se pessoas utilizaram o CPF de pessoas falecidas – e prioritárias – para ‘furar’ a fila de vacinação. Guilherme Maluf, presidente do TCE, explica que foram identificados “27 suspeitos em 22 municípios e estamos aguardando a defesa dessas cidadea. Demos 15 dias para que esses municípios se pronunciem sobre esse fato. Talvez não tenha sido um delito, simplesmente uma falha . Pode ser o nome homônimo . Agora obviamente que se constatado que foi feito um delito, nós vamos tomar as medidas necessárias , vamos usar a Justiça , o Ministério Público , todas as ferramentas para responsabilizar essas pessoas que estão burlando a fila”.

Em março deste ano, a Controladoria Geral da União (CGU) realizou o mesmo procedimento e encontrou inconsistências em, ao menos, 50 mil nomes.

As informações são do portal G1