A Petrobras vai elevar em 39%, em média, o preço do gás natural vendido a distribuidoras, que atendem os consumidores na ponta. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (05) pela estatal e valerá a partir de 1º de maio.

“Os preços de venda de gás natural para as distribuidoras terão aumento de 39% em R$/m³, com relação ao último trimestre. Medido em US$/MMBtu, o aumento será de 32%“, diz a nota da companhia.

A Petrobras precisa fazer os reajustes por que isso está estabelecido na sua política de preços. O aumento se deve, principalmente, à recente valorização das cotações do petróleo no mercado internacional, à taxa de câmbio e ao índice inflacionário IGP-M, associado à parcela de transporte nos contratos.

O gás natural é um importante insumo para indústrias, termoelétricas e serve de matéria-prima, por exemplo, para produção de fertilizantes. O repasse do preço ao consumidor depende da legislação de cada Estado.

Em alguns casos, os contratos estabelecem reajuste automático. Em outros, o acerto é feito em revisões tarifárias aprovadas pelas agências reguladoras locais.

O gás canalizado deve ter um impacto forte sobre a taxa de inflação de maio. Até agora, a Petrobras já reajustou em 2021 a gasolina em 46,2% neste ano. O diesel, em 41,6%. E o gás em botijão em 17%.

Também na manhã desta segunda-feira (05), a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) divulgou uma nota afirmando que a alta será repassada para o consumidor sem que exista “qualquer ganho decorrente desse aumento”.

De acordo com a Abegás, em média 17% do preço do gás pago pelo consumidor chega às distribuidoras, correspondendo a investimentos em expansão de rede e remuneração pela prestação dos serviços.

Outros 59% do valor equivale ao preço da molécula acrescido da tarifa de transporte. Já 24% são tributos federais e estaduais.

“Os aumentos no preço do gás natural não trazem benefícios para as distribuidoras, ao contrário, acabam tirando competitividade do gás natural em relação a outras fontes de energia como a gasolina, óleo combustível, GLP e eletricidade”, diz a nota da entidade.

Fonte: Gazeta Brasil