Manaus- Uma vida pública jogada na lama, é assim que o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto tem sido visto no cenário político, sobretudo pela forma como acoberta os erros do filho Arthur Bisneto e do enteado Alejandro Valeiko. Diante desse cenário, o ex-prefeito se encontra envolvido em outro escândalo.

Arthur Neto está sendo acusado de ter pago R$ 500 mil em um laudo médico, com a data de 2015, fraudulento, para Alejandro ficar em liberdade. Alejandro foi acusado pelo assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, que aconteceu no condomínio Passaredo, em 2019, em Manaus.

A família do engenheiro, inconformada com a morte precoce de Flávio, acusa o ex-prefeito de ter “comprado” por meio milhão de reais, o laudo médico que alegava que Alejandro apresentava transtornos mentais e comportamentais, devido ao uso de entorpecentes. Os familiares cobram que as autoridades façam uma investigação sobre o envolvimento do ex-prefeito na fraude que favoreceu a soltura de Alejandro da cadeia.

Segundo testemunhas envolvidas no caso, o laudo feito pelo médico psiquiatra Bruno Netto dos Reis, apresenta várias incoerências, além do que a clínica, chamada pelos familiares da vítima, de “clínica de quinta categoria”, está localizada no Rio de Janeiro, enquanto Alejandro reside em Manaus. Outro fato que coloca em dúvida a autenticidade do laudo é o fato de ter sido elaborado sem a convocação de uma junta médica, indispensável para esse tipo de documento.

O advogado criminalista que atuou no caso, na época, sugeriu que estava desconfiado do laudo apresentado pela defesa de Valeiko e que iria pedir ao Ministério Público, um novo laudo, com um médico regimentado pela Justiça.

“Se o laudo já existia antes, é de fato, uma prova robusta, mas quem garante que não foi feito agora”? Geralmente a Justiça desconfia deste tipo de prova, acha estranho e pede um novo laudo para constatar a veracidade, por ser subjetivo”, disse o advogado na época.

O advogado também alegou dúvida, pelo fato do laudo atestando doença mental de Alejandro, estar na forma de Declaração, sem muitos detalhes sobre a condição física e mental do paciente, além de ter sido apresentado dias após o ocorrido. O que reforça a hipótese, de que o ex-prefeito, neste intervalo de tempo, estaria “tramando” com a equipe de defesa, uma forma de inocentar o enteado. Até ter chegado à clínica Jorge Jaber, do Rio de Janeiro, que segundo a família da vítima, foi comprada, e o médico deveria também ser investigado. Outro questionamento dos familiares e da equipe de defesa da vítima é o fato de o Ministério Público do Amazonas, ter aceitado o laudo, visivelmente fraudulento e mais tarde, ter “arquivado” o caso.

Segundo fontes ligadas ao processo, a Promotora Lêda Maria, teria ligação com Arthur Neto, incluindo em troca de favores, como cargos comissionados para os familiares de Leda na Prefeitura de Manaus, o que favoreceu toda a armação criada pelo ex-prefeito e advogados, na tentativa de eximir Alejandro Valeiko da culpa.

Caso seja comprovada a fraude no laudo, Alejandro poderá voltar para a cadeia e os demais envolvidos na fraude, responderão criminalmente à justiça.

Na época da prisão de Alejandro, Arthur Neto foi protagonista ao usar a imprensa e as redes sociais para defender as ações criminosas de Alejandro, na época do assassinato do engenheiro Flávio Rodrigues, que teve grande repercussão na imprensa nacional.

O ex-prefeito também foi acusado de ter usado a máquina do poder público, para tentar livrar o enteado das acusações. Nas provas apresentadas pela defesa da vítima, foi mencionado a utilização de carros da prefeitura, para tirar o corpo do engenheiro do local e desovar em um terreno baldio.

Informações O Abutre