Com o boa parte do país passando por um colapso de recursos, e novos picos de contágios e mortes, o presidente Jair Bolsonaro sofre pressão política para renovar o auxílio emergencial, que acabou no fim de dezembro, e afirmou nesta segunda-feira que o benefício é emergencial e não “duradouro” ou “vitalício” como uma aposentadoria.

Ele também alegou que não será possível retomar o pagamento de R$ 300 encerrado em dezembro porque a capacidade de endividamento do país está “no limite”, apesar de lamentar que haja “muita gente passando necessidade”.

Os comentários foram feitos em conversa com simpatizantes na chegada ao Palácio da Alvorada, no fim da tarde desta segunda-feira.

Um apoiador pediu para fazer uma pergunta a Bolsonaro, que concordou. O interlocutor então questionou se o presidente é “a favor de um novo auxílio emergencial”.

Inicialmente, o presidente tentou desconversar:

— Não, eu não vou… Converso isso com o Paulo Guedes, contigo não — comentou, citando o ministro da Economia e sorrindo para a câmera que o filmava.

Logo em seguida, Bolsonaro continuou:

— A palavra é emergencial. O que é emergencial? Não é duradouro, não é vitalício, não é aposentadoria. Lamento muita gente passando necessidade, mas a nossa capacidade de endividamento está no limite.

Na semana passada, declarações sobre uma possível volta do auxílio emergencial dos candidatos do governo à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara,  Arthur Lira (PP-AL), causaram mal estar no mercado financeiro, que teme o descontrole nas contas públicas. Os dois são apoiados por Bolsonaro.