Nos primeiros cinco dias de janeiro, foram registrados 363 registros funerários, uma média de 72,6 enterros por dia. Um aumento de 84,2%. Segundo a Prefeitura de Manaus, 91 túmulos foram registrados no dia 5 de janeiro. Esse número ainda é inferior ao pico registrado durante a chamada primeira onda do Covid-19 em Manaus. Manaus é uma das cidades mais afetadas pela doença, com 140 túmulos registrados em apenas um dia no final de abril.

Mesmo assim, o aumento do número de enterros na cidade tem chamado a atenção das autoridades locais. Na terça-feira, o recém-nomeado prefeito de Manaus, David Almeida (Avant), anunciou a abertura emergencial de 6.000 novos túmulos no cemitério da capital. Na segunda-feira, devido ao aumento do número de casos Covid-19 na cidade, Almeida também declarou estado de emergência por 180 dias.

O decreto permite que a prefeitura celebre contratos emergenciais de produtos e serviços para atender às necessidades da epidemia. Além do aumento no número de enterros, Manaus também sofreu um aumento acelerado no índice de internações nas redes pública e privada devido ao aumento no número de casos de Covid-19.

Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas na terça-feira, o número de internações vem crescendo aceleradamente desde a segunda quinzena de dezembro.

No dia 4 de dezembro, foi registrado um recorde no número de internações por Covid-19 no estado, 183. O maior número até então havia sido registrado em maio de 2020.

Outro fato que preocupa as autoridades locais é a taxa de ocupação dos leitos Covid-19. De acordo com anúncio epidemiológico, 88% dos leitos de UTI da Covid-19 estão ocupados em redes públicas e privadas. Na rede privada, a taxa de ocupação dos leitos atingiu 98%.

Na terça-feira (5), o Secretario da Saúde da Amazônia, Marcellus Campêlo, anunciou a suspensão das cirurgias eletivas para dar lugar aos pacientes do Covid-19 em hospitais públicos. Além disso, o governo federal vai entregar 78 ventiladores nesta quarta-feira (6) para equipar os novos leitos de UTI, que devem ser inaugurados nos próximos dias.

Segundo ele, a expectativa do estado é que o número de casos e internações causados ​​pela Covid-19 entre os dias 13 e 15 de janeiro alcance um novo recorde. Ainda nesta segunda-feira (4), o governo do estado acatou a ordem judicial e ordenou a suspensão de atividades desnecessárias para conter a disseminação da doença.

No pior período da epidemia na primeira metade do ano, o funeral em massa em Manaus e as fotos de dezenas de túmulos chocaram o Brasil e o mundo. O sistema de saúde local quase entrou em colapso, os hospitais ficaram superlotados e as autoridades foram obrigadas a alugar caixas refrigeradas para conter os corpos das pessoas mortas pela epidemia.