Manaus – Segundo reportagem da Folha de São Paulo, dois casos de contaminação pela nova cepa do Corona vírus foram confirmados na metrópole paulista, e outros dois casos foram descartados, nesta segunda-feira (04).

De acordo com reportagem do G1, a variante é chamada de B.1.1.7 e já foi registrada em pelo menos outros 17 países. Ela surgiu no Reino Unido, onde já representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Apesar de no entanto não haver comprovação de que a contaminação  esteja mais forte ou cause uma versão mais grave da Covid-19, cientistas apontam apenas que as trocas genéticas afetaram a maneira como o vírus se fixa nas células humanas.

Em Manaus, a confirmação de dois casos deste novo tipo de vírus, em São Paulo, alertaram as entidades de saúde, que projetam novos cenários para a agravada segunda onda que paira como nuvem negra no estado do Amazonas.

Em entrevista exclusiva a um portal de notícias, o epidemiologista da Fiocruz, Jesem Orellana, alertou para o risco de dias piores que aos enfrentados nos primeiros meses de pandemia no estado. O pesquisador afirmou que a chance da variante chegar a Manaus é maior que o imaginável.

“É muito provável que ela chegue no estado do Amazonas, se é que já não está circulando, pelo menos em Manaus, que é a maior metrópole, a qual recebe uma grande quantidade de voos internacionais e nacionais diários.”

A respeito das consequências ao sistema de saúde público, Orellana, que fala de uma segunda onda no Amazonas desde julho de 2020, afirmou:

“As consequências ao sistema de saúde, se confirmada a maior velocidade de propagação dessas cepas, elas serão trágicas, pois nós já estávamos tendo dificuldade de lidar com cepas que não tinha essa velocidade de propagação tão rápida – como essas novas variantes que vem sendo encontradas no Reino Unido e na África do Sul-, Imagina com essa situação agrava, que torna a situação simplesmente desesperadora. “

O especialista também afirmou que não é possível ainda contar com as vacinas, uma vez que a discussão acerca de um imunizante ainda encontra-se em fase embrionária. E que as consequências das aglomerações de fim de ano ainda estão por ser sentidas nos centros hospitalares do Amazonas.

Amazonas registrou, nesta segunda-feira (4), o maior número de novas internações por Covid-19 desde o início da pandemia: foram 183 pessoas hospitalizadas com a doença apenas nesta segunda.