Manaus – Na noite da última terça-feira (16), um grupo de mulheres que preferiram não serem identificadas, foram alvos de agressões físicas e verbais pelo empresário Djalma Castelo Branco, no restaurante gourmet Felicori, localizado na Rua Natal, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul da cidade. As vítimas estavam em um jantar comemorando o dia arquiteto urbanista, quando foram atacadas pelo empresário.

De acordo com a denúncia, as vítimas presenciaram Djalma Castelo Branco (visivelmente alcoolizado) se envolvendo em uma briga com outro homem que não teve sua identidade revelada, e estava indo na direção da mesa das vítimas. Ao perceberem a confusão chegando em sua mesa, o grupo de amigas pediu para que os homens se afastassem e que parassem de brigar. Indignado com a atitude das jovens, o empresário começou a deferir palavras de baixo calão e até mesmo tentou agredir uma das moças presentes no restaurante.

As jovens também relataram na denúncia, que ficaram revoltadas com a postura adotada pelo estabelecimento, que preferiu não interferir e nem tomar providências para controlar a confusão generalizada iniciada pelo empresário. Em vídeo, Djalma aparenta estar bem nervoso e alterado devido ao consumo de bebidas alcóolicas.

Ontem decidimos ir a um dos restaurantes mais caros dessa cidade, onde imaginávamos estarmos seguras para comemorarmos uma data significativa para gente, ao invés disso, fomos agredidas fisicamente e moralmente dentro do estabelecimento comercial e nada fizeram para conter as agressões, deixando a cargo das vítimas ligar para polícia e pedir ajuda, caso contrário sairíamos de lá violentadas, constrangidas e com o caso abafado, como bem queria o restaurante Felicori“, disse uma das mulheres presentes no restaurante.

A polícia foi acionada pelas vítimas para controlar o empresário. Djlama é conhecido em Manaus por ter vários terrenos no bairro Tarumã, Zona Oeste da cidade, e já foi condenado pelo MPF (Ministério Público Federal), por sonegação fiscal.

Segundo fontes dos bastidores, o empresário também é conhecido como “grileiro” que supostamente estaria invadindo terrenos que pertencem a União, e vende tais terrenos no mercado, que inclusive a própria União pertence. A reportagem tentou entrar em contato com Djalma, mas até o final desta matéria não houve nenhum retorno.

Empresário acusado de agredir mulheres em restaurante já foi condenado pelo MPF por fraudes fiscais

Em ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas, a Justiça Federal condenou o empresário Djalma de Souza Castelo Branco a cinco anos de reclusão, em regime semiaberto, por sonegação de imposto de renda nos anos de 1998, 1999 e 2003. A condenação incluiu também o pagamento de multa de 140 salários-mínimos vigentes à época dos fatos, corrigidos monetariamente.

Relatório de movimentação financeira apontou que o empresário movimentou mais de R$ 3 milhões nos anos de 1998, 1999 e 2003, por meio de depósitos bancários, sem que as transações financeiras tenham sido registradas em declarações de imposto de renda apresentadas por ele à Receita Federal.

A omissão indevida dos valores gerou crédito tributário de imposto de renda de quase R$ 1 milhão, registrado pela Receita Federal em dois processos administrativos.

A ausência dos registros na declaração de imposto de renda constitui crime contra a ordem tributária, previsto no artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90.

O empresário Djalma Castelo Branco alegou à Justiça Federal que havia aderido ao parcelamento da dívida tributária e conseguiu a suspensão do processo. Após recursos apresentados pelo MPF a diversas instâncias, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu o recurso do MPF e restabeleceu a tramitação do processo, que foi sentenciado pela 4ª Vara Federal no Amazonas.