Brasil – Em evento de inauguração de nova ponte sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre, na manhã desta quinta-feira (10), Jair Bolsonaro voltou a defender o tratamento precoce da Covid-19 com hidroxicloroquina e citou a África como exemplo por usar o medicamento, usado para tratar malária, mas sem comprovação científica contra o coronavírus.

“O governo fez o possível. Não podemos atuar diretamente na questão do covid por uma questão judicial. Mas, desde o primeiro momento, falamos do tratamento precoce. Conversei agora com Ernesto Araújo, não temos notícia de nossos irmãos na África com grande quantidade de óbitos. E todos esperavam o contrário. Uma pessoa com deficiência alimentar pode ser mais vitimada. Mas por que não morreram? Porque lá tem malária e eram tratados com hidroxicloroquina. Precisa ser muito inteligente para entender?”, disse Bolsonaro.

Em seu discurso, o presidente voltou a criticar a imprensa pela cobertura da pandemia e citou uma passagem bíblica ao dizer que “nós não devemos nos acovardar em momentos difíceis”.

Em meio à segunda onda de coronavírus, que já matou mais de 178 mil brasileiros, e ao anúncio do primeiro caso de reinfecção, confirmado pelo Ministério da Saúde, Bolsonaro afirmou que “estamos vivendo o finalzinho da pandemia”.

“Me permite falar um pouco do governo, que ainda estamos vivendo o finalzinho de pandemia. O nosso governo, levando-se em conta outros países do mundo, foi aquele que melhor se saiu, ou um dos que melhores se saíram na pandemia”.

Ao elogiar “os homens do campo por não pararem de trabalho” durante a pandemia, o presidente afirmou que “é menos ruim ter uma inflação do que o desabastecimento”.

“Nós evitamos um colapso da economia. Economia e saúde têm que andar de mãos dadas. O campo não parou, tivemos um aumento anormal em alguns produtos, como óleo de soja, arroz. Melhor, ou menos ruim, ter inflação, do que um desabastecimento”, disse.

Dados do IBGE divulgados nessa semana revelam que o Brasil registrou em 2019 a maior inflação desde o governo FHC, em 2002. Com o resultado de novembro, os preços acumulam alta de 12,14% neste ano. Em 2002, os alimentos tiveram reajuste de 19,47%.

Fonte: Revista Fórum