Covid-19 – Um estudo feito com quase 2.500 crianças pela Universidade de Alberta, no Canadá, descobriu que mais de um terço das crianças infectadas pelo coronavírus não apresentam sintomas clássicos da doença, tosse, febre ou falta de ar. As análises foram feitas entre abril e setembro. Trabalho foi publicado no Canadian Medical Association Journal.

As crianças tinham 5 anos de idade e foram testadas por rastreio de contatos, fossem assintomáticos ou não. Das 2.500 crianças, 1.987 testaram positivo para Covid-19 e 476 tiveram resultado negativo. Entre as infectadas, 714 (35,9%) relataram ser assintomáticas.

Embora os sintomas clássicos tenham sido detectados em crianças com teste positivo, eles também foram percebidos entre os participantes com resultados negativos para a Covid-19. Sintomas mais específicos, como náusea, vômito ou perda de olfato e paladar, foram sete vezes mais comuns entre crianças infectadas pelo Sars-CoV-2.

Cerca de 24,5% das crianças infectadas apresentaram tosse. Coriza (19,6%) e dor de garganta (15,7%) foram os outros sintomas mais comuns. Cerca de 25,5% das crianças que testaram negativo apresentaram tosse e 22,1% relataram coriza.

Testes

Para a equipe de pesquisadores, os dados indicariam que o screening (utilização de exames para detectar uma doença em pessoas assintomáticas) seriam pouco eficazes. A única maneira de averiguar a disseminação da doença, segundo eles, seria investir em testes como o RT-PCR, mais conhecido como swab nasal.

“Provavelmente há muito mais casos de Covid-19 circulando do que as pessoas pensam”, avaliou Finlay McAlister, professor de medicina da Universidade de Alberta e um dos principais pesquisadores do trabalho.

No estudo, os pesquisadores frisaram que dor de garganta e coriza significam que há algum tipo de infecção no corpo. Sintomas como febre, dor de cabeça e perda do paladar ou olfato, contudo, são sinais da Covid-19 e não outra infecção viral do trato respiratório superior.

A preocupação dos especialistas envolvidos no estudo é a disseminação acidental do vírus, uma vez que as crianças podem estar infectadas e sem sintomas.

“Isso diz muito sobre programas de segurança em escolas. Podemos fazer todos os questionários sobre Covid-19 que quisermos, mas se um terço das crianças for assintomático, a resposta vai ser não para todas as perguntas. Mas, ainda assim, elas estarão infectadas”, alertou McAlister.

Fonte: Metrópoles